quarta-feira, 30 de abril de 2008

What's Opera, Doc?



Um dos mais ambiciosos projetos da Warner Brothers para animação, What's Opera, Doc? (1957) é baseado no ciclo de óperas O Anel dos Nibelungos, de Richard Wagner. Curiosamente, naquilo que, em minha humilde opinião, é o "meaty stuff" da animação, o que vemos são passos e passo de ballet clássico, com dois rigorosos minutos de animação, dos 3:21 ais 5:21 do arquivo acima.

Segundo o IMDB, dois bailarinos que haviam já trabalhado em Fantasia (1940), no segmento da Dança das Horas, foram usados como modelos. Explica muita coisa.

Gostaria de ser mais otimista. Mas creio que o Brasil chegou à Animação no Século XXI, sem ter passado pelo Século XX. Não há estrutura que apóie ou justifique a criação de um curta assim. Jamais faremos Pernalonga nos anos 50, ou Betty Boop nos anos 30, ou Disney nos anos 40, ou, ou e ou...

Meio antigo, mas...

... ainda válido.

Essencialmente, uma entrevista de 2005, com um economista queniano explicando pq se deve parar de "salvar a África", com remessas de fundos e alimentos.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O que está errado?

Em seu novo blog, no post de mesmo título, meu prezado Gárgula se pergunta, entre a menina Isabella e o caso austríaco, o que está errado, para se ter tantos horrores imprevisíveis, ou ao menos imprevisível por este mortal.

Acho que arranjei uma explicação. Se vc reparar, na verdade, casos como o da menina Isabella e o desse austríaco são a exceção. O desvio da curva. Só que temos 6 bilhões de seres humanos. Juntamente com o avanço da mídia, em tecnologia, divulgação e liberação, mais e mais casos acontecerão em nosso horizonte -- e por "acontecerão" entenda tanto a probabilidade de acontecer quanto recebermos a informação a respeito.

Eu disse que era uma explicação. Não uma justificativa. A essa, vale a pergunta, o que está errado?

Avistado na blogosfera...

O Mausoléu do Gárgula. Meu camarada Daniel Braga também não entende uma porrada de coisas, acha o maior barato outras, e compartilha o que pensa - e o que pensa, não é pouco.

Contra a violência infantil...

... disque 100.

Quem trabalhou em Direito me afirma que a polícia só levou adiante o caso Isabella porque a mídia ficou em cima. Pode ser. O 'CSI São Paulo' até impressiona.

Mas fico pensando: e se não foram eles?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Agora É A Nossa Vez!

Quem se lembra do moto de campanha do PT em 2002 talvez não imaginasse - além de outras conotações mais cínicas - que ele poderia, digamos, irradiar-se continente afora, com a sucessiva entrada de governos de origem socialista, mostrando a incompetência dos governos conservadores destes países, que não conseguiram diminuir a necessidade de se almejar uma esquerda no poder: ou seja, seus desgovernos, no geral, parecem não ter conseguido diminuir os números da pobreza e miséria em seus territórios. Certamente não no Brasil, mesmo com o surto desenvolvimentista nos anos 70. O bolo cresceu, e foi devorado por muito poucos (a julgar o tamanho do Ministro do Planejamento de então, dizem alguns, por um só).

Da Venezuela agora ao Paraguai, agora é vez deles também. E ai, é claro, a porca torce o rabo. Salvadores da Pátria e Messias políticos sempre têm agendas cheias. Não raro, a indignação de séculos é captada, trabalhada e sintetizada em discursos de palanque, e na hora da eleição, como qualquer promessa de campanha, quem elegeu espera que se cumpra.

E ai, claro, a porca dá o nó no rabo. Discursos de palanque de esquerda convicta são revolucionários, de uma maneira ou de outra. Algum show tem que acontecer. A Petrobrás que o diga.

A primeira vez que ouvi falar do acordo binacional de Itaipu foi na universidade, durante uma palestra do cineasta Silvio Beck, em uma sala apertada, que havia então feito seu documentário sobre a Guerra do Paraguai. Ele contou que muito ali era uma espécie de desculpas históricas do Brasil pelo massacre, inclusive a parte de obrigatoriamente comprar o excedente energético não utilizado pelo Paraguai - sendo um país até hoje agrário, imaginem. Por mim, por mais que eu seja avesso a revisionismos históricos, deste eu não reclamo. A coisa foi muito feia. Bad, bad Brazil. "Que os matem ainda no ventre de suas mães" e quetais.

Celso Amorim, nosso Ministro das Relações Exteriores, fala em diálogo com o novo governo do ex-bispo Fernando Lugo - que fortuitamente vem quebrar 62 anos de Partido Colorado no poder -, sobre a questão dos valores pagos do Tratado de Itaipu. Com ou sem razão em ceder no que ou no que não, Celso Amorim talvez tenha uma percepção melhor do que tudo ocorre do que o Presidente, chegando mesmo a contradizê-lo, ao falar em diálogo.

Lula diz que Lugo deve descer do palanque para ai começar a conversar. Antes de qualquer sensibilidade histórica, deve estar sensível com o caso recente da Petrobrás e o discurso posto em prática de Evo Morales. Por outra, deve estar reconhecendo outro igual, dado o tom de bravata da coisa. Mas ei, agora é a nossa vez, no Paraguai...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Como assim, terremoto?

Como se já não bastassem ciclones no Sul, agora vai começar a ter isso? Mulher, pegue as crianças, os passaportes e entre no carro. Eu cuido das malas.

***

Sampa que me desculpe, mas sismos rolam no território brasileiro. Só que são mais brandos, e, em geral, do interior de Minas para cima, onde aquilo que rui é meia-dúzia de casebres, se tanto.

Não muito diferente do caso da menina Isabella, receio.

Ser Stan Lee...

... deve ser muito divertido.

domingo, 20 de abril de 2008

Enquanto isso, em Roraima...

... acabei de ver na televisão que cidades inteiras estão sendo removidas da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, e seus habitantes não-índios têm agora que deixar a região. A notícia mostra vários descontentes a quem foi prometido compensações e terras para trabalhar, mas nem sinal disto, segundo eles.

Mas o que me chamou a atenção foi, como assim, remoção de não-índios? Há alguém que não seja índio, ou parte índio, naquela latitude?

E, mais uma vez, o mestiço é obrigado a tomar lados. Nada como uma esquerda burra no governo para promover o racismo justificável - redondamente diferente da direita burra com seus racismos injustificáveis, decerto. ;-)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Enfim...

9:30 da manhã, ou o que o valha, um amigo meu me liga. Já esperava o que era. Sua mãe estava muito doente, e uma semana antes havia entrado em coma, induzido.

Não deu outra.

Velório no Memorial do Carmo, onde já fui a enterro do pai de outro amigo meu, pro enterro no S. Fco. Xavier, onde tenho certeza que também já fui a um funeral. Meu dia não tinha como ser diferente.

Falei pela última vez com ela em torno do Natal ou Ano Novo, se não me engano. Confesso que sempre admirei a maneira generosa que acolheu a nós, amiguinhos trogloditas do filho, para longas partidas de RPG por anos a fio, apesar dos uivos incansáveis até, se bobear, duas da madrugada. Tenho na memória alguém gentil, inteligente, firme, e que por essas agradáveis coincidências do destino, tinha certos elos de amizade ou parentesco em comum com minha família, independente se cheguei a conhecer ou não seu filho.

Ela agora descansa, finalmente. Começa também o descanso dos vivos.

E, sinceramente, não recomendo este Abril de 2008 para ninguém.

UPDATE 20/04/08 - E, em meio à tristeza e a dor, vida. Sexta última, meu amigo confirmou a notícia de que será pai, por volta do fim do ano. Curioso como as coisas têm o jeito de se arrumar, por vezes.

Humor Nerd!

Puuuuutz, excelente!

As camisetas desse site sempre são algo à parte. Uma das melhores é a que tem a molécula da cafeína. Outra sustenta a seguinte frase, traduzida: "Existem 10 tipos de pessoas no mundo: as que sabem código binário e as que não."

Sutil, hein?

domingo, 13 de abril de 2008

Darwin in Rio '08 - Eu Fui!

Infelizmente eu esqueci de citar esta exposição até agora, no último dia, e já tendo fechado, é claro. Vamos ver por quanto tempo o link da exposição perdura.

Cheguei lá pelas 14h, um calor senegalês, como observou um amigo que também foi, e uma bela fila para comprar bilhetes, outra menor para entrar.

Lá dentro, duro de gente, não esperava que fosse assim. Mas pelas conversas na fila, havia até quem não sabia ser o último dia, deu sorte de ir lá hoje.

Eu adorei. A exposição, bastante ampla, contava com diversas ilustrações e textos explicativos pelas paredes, sobre a natureza da obra de Darwin, quem ele era, como foi a viagem, etc. Vídeos com cientistas, dublados e legendados, falando sobre a questão científica e as pragas do Criacionismo e seu primo da cidade, que até fez uma faculdade, o Design Inteligente. Pelo menos dois grandes terrários com jabutis e outro com iguanas. E diversos objetos e móbiles à mostra, esqueletos montados, um belo orquidário, sempre girando em torno do processo de sua pesquisa, e exemplos de como se dá a Evolução -- essa palavra tão mal-compreendida, como é, inclusive, em painéis, pelos darwinistas sociais que passaram a achar que a sociedade, "assim como" a natureza, "evolui", indo do mais tosco, primitivo, barro; até o mais moderno, avançado, idealizado, divino.

Meu amigo, que aliás foi rever, disse-me que foi em um dia de semana e estava duro de estudantes, crianças do ensino público e particular em excursões programadas. Ótimo, ótimo, ótimo! Nos tempos atuais, essa exposição, originalmente americana, deveria vir ao Brasil todos os anos. Parabéns a todos os envolvidos, só lamentei não ter ido anteriormente.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vamos dar uma forcinha? :-)

Fonte: O Globo On-Line.

"RIO - O diretor alemão Uwe Boll, reponsável por versões para o cinema de games como "House of the dead" e "Alone in the dark", poderá encarar uma aposentadoria forçada graças a um abaixo-assinado na internet. Segundo o jornal "The Guardian", a petição pede que Boll "pare de dirigir, produzir, ou participar de qualquer tipo de criação de filmes". E se conseguirem um milhão de assinaturas, os organizadores podem mesmo conseguir o que pediram.

Ao ser informado de que 18 mil pessoas tinham participado do abaixo-assinado, em entrevista ao site especializado em filmes de terror "FEARnet", Boll desdenhou: "18 mil pessoas não são suficientes para me convencer". O diretor afirmou que estaria disposto a abandonar o cinema caso um milhão de pessoas assinassem a petição.

Poucas horas depois da entrevista entrar no ar, o documento virtual já contava com 48 mil assinaturas e, na manhã desta quarta-feira, já havia chegado a 133 mil.

Boll é chegado a uma polêmica. Em 2006, ele convidou quatro críticos que haviam destruído seus filmes para lutar contra ele em um ringue de boxe em Vancouver, no Canadá."

O cavalheiro em questão, para quem não conhece, percebeu um filão: filmes baseados em videogames. Considerando que videogames hoje em dia podem chegar a contar uma história, independente do tempo de jogo em si, por bem mais tempo do que filmes, em tese dá para fazer adaptações compactando essas histórias, e é disso que ele foi atrás. Só que o que ele fez foi muito ruim, pura e simplesmente. Ruim do tipo, nem dá pra rir, como bons filmes ruins fazem. :)

Novas animações Pixar/Disney anunciadas até 2012

É só clicar aqui.

Que tenha chamado a minha atenção, The Princess and the Frog: uma história passada em Nova Orleans, sobre o nascimento do Jazz. E ainda, em técnica de animação tradicional, ou seja, desenhado e animado à mão.

E King of Elves, baseado em um conto do autor de FC Philip K. Dick (Blade Rnner).

terça-feira, 8 de abril de 2008

Indenizações da ditadura.

Historinha rápida.

Uma senhora de idade, não bem de saúde, condições financeiras que podiam estar melhores (uma combinação sempre perigosa) recusou-se a aceitar a polpuda indenização que o governo oferece agora pelos males da ditadura, uma vez que seu filho morreu - se bem lembro - no Araguaia.

Segundo ela, no dia em que seu filho, décadas atrás, saiu de casa para entrar para a guerrilha, ele estava indo para a guerra. Na guerra, pessoas matam e morrem. Faz parte do processo, é da responsabilidade de quem participa aceitar isto. Aceitar uma indenização, segundo ela, seria uma forma de menosprezar toda a luta de seu filho, sua vida e o que sua morte significou.

É.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pô, não era para ser assim...

Abro o e-mail agora de manhã, e recebo a notícia da morte de um amigo. Câncer.

Inteligente, sabia de informática. Tinhamos vários gostos em comum, e alguns bons amigos. Curtiu a vida, ou assim sempre me pareceu. Só não precisava ter sido dessa maneira.

Não o via fazia três anos. Questões de horário, sempre, ao ponto que acabamos por nos distanciar.

Falando com um amigo em comum, vemos que temos, na memória, a imagem dele sempre sorrindo, rindo, falando alguma besteira. Pois é.

No fundo, não há muito o que dizer, nessas horas. Resta absorver o choque.

Descansa em paz.

Sexta, 4 de Abril de 2008

Ainda ontem, à noite, encontrei um amigo em comum com o falecido. Era outro que, sentia, sonegava havia tempos, e que no momento era com quem eu poderia sentar e nos reconhecer, um no outro, o falecido. Tivemos ótimas horas, em uma lanchonete no Jardim Botânico, comendo e rindo e falando besteiras, falando de filmes, livros e séries que ou víramos ou nos prometemos ver para comentar. Sua esposa apareceu depois, e continuamos a noite, até a hora de despedirmos. Conclusão mútua era de que o falecido adoraria ter participado daquela conversa, e que talvez, do outro lado, estivesse feliz de nos ver. E que precisávamos de um momento como aquele.

Espero que possamos ter mais desses momentos. Sem precisar que a tragédia nos una.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma luz no fim do túnel?

Mais e mais se discute o fim do foro privilegiado.

Essa pouca vergonha perdura desde o fim do império romano. Não faz o menor sentido em uma república, onde, em tese, todos são iguais perante a lei. Vamos ver se emplaca no país das vacas sagradas.