quinta-feira, 19 de maio de 2011

Thor


Dando sequência a uma mega-história contada desta vez nas telas, assisti ao último filme da Marvel Comics no cinema, do asgardiano Thor.

Não é nenhum Homem de Ferro, mas dá pra se divertir bastante. Natalie Portman me parece meio overkill em filmes como esse, não muito diferente de Gwyneth Paltrow no já mencionado HdF. Curiosamente, não diria isto de Robert Downey Jr. - a canastrice lhe caiu excelentemente bem no papel, afora talvez um pouco de chauvinismo meu, confesso, confesso.

Direção de Kenneth Brannagah, o filme é simples, e direto ao ponto, sem grandes rodeios. Pega a premissa original do personagem, quando criado, e a sintetiza em um filme de duração padrão: orgulhoso demais para o seu próprio bem, Thor é exilado na Terra, e originalmente tinha que viver entre mortais como um médico manco, o Dr. Robert Blake, puxando seus poderes divinos na hora de necessidade. No filme, ele apenas vira um mortal, "Robert Blake" foi uma identidade secreta que lhe arranjaram, marotamente, um ex- da personagem de Natalie Portman que vira o interesse romântico do herói. Thor, até a hora e pouco de projeção, aprenderá o valor da humildade e do sacrifício pelos demais.

O elenco de apoio manda bem. Destaque para Tom Hiddleston, desde já um vilão favorito, ao interpretar o irmão maligno Loki, em uma interpretação que garante ao personagem uma certa simpatia, nem que inicial. E foi bom rever Idris Elba, o eterno - e pra lá de vilanesco - "Stringer" Bell, da sensacional The Wire.

De resto, temos uma Asgard de visual acachapante, Anthony Hopkins de Odin e Titus Pullo de Volstagg. Diversão para toda a família!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

OBSama

A Realeza com o Povo se casará,
A Igreja o Camponês elevará
E o Dragão do Crescente falecerá.
Quadrinha de Nostradamus? Quadrinha, se for fajuta. Mas se de Nostradamus, não me surpreenderia.

Este foi o nosso fim de semana, uma espécie de Festival da Afirmação da Identidade Ocidental.

O que mais quero destacar é a morte de Osama bin Laden, o mais procurado terrorista do mundo.

Não vou falar do que os Estados Unidos aprontaram e ainda aprontam, ou como o mundo gira em uma espécie de Grande Roda do Kharma e a da Geopolítica. Depois de um certo tempo, a responsabilidade é sua. Você é o que você faz das informações e dos recursos que você tem à disposição. E bin Laden tinha de sobra.

Foi-se, e já foi tarde. O aftermath da coisa é que, quem sobreviver, verá. Há quem diga que a Al Qaeda se desarticule depois da morte de seu ídolo, há quem diga que, sendo o Open Source da Morte, desarticulada ela já é, e inspirada ainda se torne mais.

Há poucos dias atrás ouvi que já se sabia onde ele estava, e nada era feito porquê a organização havia deixado claro: se fosse preso ou morto, a bomba nuclear em suas posses seria utilizada em alguma cidade do mundo... não sei se era boato, e, caso fosse, era apenas um blefe. Não sendo, espero que esta ameaça tenha sido igualmente neutralizada.

Barack Hussein Obama garante seus próximos quatro anos. Sua moral andava baixa, o que se faz passar por oposição conseguiu exigir-lhe que demonstrasse uma certidão de nascimento detalhada, para comprovar que era cidadão americano, condição para poder ser presidente. Lembrei até da farsa com o baseado (sim, eu sei que ele fumou) de Clinton. Esses vexames se passam quando eles estão por baixo, uma fofoca da candinha vira problema nacional.

Bush já tirou sua casquinha. Disse que a caçada começou com ele. A depender do que já foi levantado, ele deixou acontecer para início de conversa, algo como o 9/11 estava sendo esperado, havia documentação, e ele nada fez. Passou oito anos no governo, e saiu com a mesma cara que entrou, diferentemente das ruínas que se tornaram Bill Clinton e FHC. Até Lula parece gasto. Sair com a mesma cara deve querer dizer o quanto ele deve ter se empenhado no que fosse. Mas enfim, todos querem tirar uma casquinha. Homem na Lua, fissão do átomo, internet, Direitos Humanos - e o fodão ainda é quem traz a caça maior para a tribo.

Duas ou três invasões nacionais foram montadas sob a desculpa esfarrapada de caçá-lo. Pelo visto, um comando militar especializado o liquidou. Meio tarde demais, para a saúde financeira do país.

"Conte pra todo mundo o que você está vendo aqui, conte pra todos! Minha filha morreu no 11 de Setembro." Conta o repórter da Grobo que, entrevistando americanos em festa nas ruas de Washington, uma senhora o agarrou pelo braço e soltou essa, na cara. Não fala com júbilo ou vingança. "Eu congelei.", ele comentou. É.

Interessante é notar não somente a festa nas ruas de cidades americanas. Mas o aparente alívio de boa parte do mundo islâmico: sabe como é, gente comum que apenas quer trabalhar honestamente e jogar futebol com os amigos no fim de semana. Por causa deste filho da puta - e isto, na concepção deles -, o mundo passou a ficar mais dividido, o diferente passou a ficar ainda mais temido. Preconceitos a duras penas amainados voltaram a galope.

É enterrado de acordo com os ritos muçulmanos, segundo dizem, para evitar aborrecimentos e mais sentimentos martirizantes. Diferentemente do nosso Wellington, que foi enterrado como indigente, a despeito das criteriosas especificações deixadas. Qual será o limite em termos de vítimas, para que certas considerações sejam executadas? Espero que não precisemos saber.

No discurso, Obama deixa claro que não é uma comemoração ou ação contra o Islã. Toque preciso e em boa hora.

Agora, é bolar para que o próximo Osama bin Laden não exista. Ou ainda, não precise existir, ou não seja levado a sério, se existir...

... e ainda...

Pensando um pouco mais ao longo do dia, o óbvio, creio, apareceu para mim.

O Presidente americano não é, ou não deveria ser, il Capo de tutti il capi. O exército americano não deveria ser a quadrilha, e os Navy Seals, o esquadrão de extermínio. Glorioso teria sido capturar, e não uma missão para matar. Capturar, extraditar, julgar e condenar, e condenando, prendendo-o em perpétua. Porquê civilização é assim que se faz, não interessa o clamor pelo sangue, ou até em detrimento a este. Teria sido ímpar oportunidade de se liderar pelo exemplo.