Mostrando postagens com marcador ética. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ética. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os Donos da Verdade

"Os documentos históricos, que fazem parte de nossa história diplomática, e que tenham articulações como o Rio Branco teve que fazer muitas vezes, não podemos revelar esses documentos, senão vamos abrir feridas".
Com essa explicação, o velho Senador procura justificar o injustificável: a de que o Brasil tem donos da verdade. E ela não pode vir brincar aqui fora. Deve ser muito feia. Um arrimo de família, meio devagar, para o tamanho que tem. Fica logo evidente. Pega mal, o que a vizinhança vai dizer?

Eu diria que é feio, mas é nosso (ao contrário do que falo de parte da programação do Canal Brasil: meu, uma ova), mas sem nenhum orgulho. Ao invés disso, deveríamos sempre ter a objetividade que pudermos, denotando como isto ou aquilo se deu, e conotando lições que nos façam uma sociedade minimamente melhor: sabem como é, quem não conhece a História corre o risco de repetí-la.

E ainda, a parte do é nosso. Porque é. Nossa História. Temos direito à ela.

Com algumas palavras-chave riscadas, levou menos de 40 anos para o governo americano liberar arquivos sobre a Guerra do Vietnã. Países costumam ter legislações a respeito disto, liberando o máximo que se pode (lembro de um então amigo meu, inglês, cujo avô havia trabalhado para a inteligência britânica na II Guerra Mundial, e na segunda metade dos anos 80 ainda recusava-se a comentar certos eventos: certas ordens ainda estavam valendo).

Mas o Brasil não abre arquivos desde a... Guerra do Paraguai! Isto é um pouco abusivo, para se dizer o mínimo. E quem dá esse critério? Uma mesma "elite pensante" - muitas, muitas aspas nessa hora - que sempre julgou saber o que é melhor para o povo, e apenas manteve um status quo para si e os seus? Não, obrigado.

Mas o que esperar de um Senado que, até pouco tempo, em sua exibição histórica, teve o impeachment desse mesmo Collor um evento ignorado, uma coisa menor, até a chiadeira surgir (se estiver sendo injusto, avisem: mas eu não vi o Senador Lindberg se manifestando aqui...)?

Em tempos de dita abertura dos arquivos da ditadura, pelo paradeiro de pessoas sumidas cujos parentes ainda clamam saber, isto tudo parece um contra senso, um verdadeiro retrocesso, e por que não, um paradoxo...

Agora, uma Marcha pela Verdade, nem pensar, não?

segunda-feira, 2 de maio de 2011

OBSama

A Realeza com o Povo se casará,
A Igreja o Camponês elevará
E o Dragão do Crescente falecerá.
Quadrinha de Nostradamus? Quadrinha, se for fajuta. Mas se de Nostradamus, não me surpreenderia.

Este foi o nosso fim de semana, uma espécie de Festival da Afirmação da Identidade Ocidental.

O que mais quero destacar é a morte de Osama bin Laden, o mais procurado terrorista do mundo.

Não vou falar do que os Estados Unidos aprontaram e ainda aprontam, ou como o mundo gira em uma espécie de Grande Roda do Kharma e a da Geopolítica. Depois de um certo tempo, a responsabilidade é sua. Você é o que você faz das informações e dos recursos que você tem à disposição. E bin Laden tinha de sobra.

Foi-se, e já foi tarde. O aftermath da coisa é que, quem sobreviver, verá. Há quem diga que a Al Qaeda se desarticule depois da morte de seu ídolo, há quem diga que, sendo o Open Source da Morte, desarticulada ela já é, e inspirada ainda se torne mais.

Há poucos dias atrás ouvi que já se sabia onde ele estava, e nada era feito porquê a organização havia deixado claro: se fosse preso ou morto, a bomba nuclear em suas posses seria utilizada em alguma cidade do mundo... não sei se era boato, e, caso fosse, era apenas um blefe. Não sendo, espero que esta ameaça tenha sido igualmente neutralizada.

Barack Hussein Obama garante seus próximos quatro anos. Sua moral andava baixa, o que se faz passar por oposição conseguiu exigir-lhe que demonstrasse uma certidão de nascimento detalhada, para comprovar que era cidadão americano, condição para poder ser presidente. Lembrei até da farsa com o baseado (sim, eu sei que ele fumou) de Clinton. Esses vexames se passam quando eles estão por baixo, uma fofoca da candinha vira problema nacional.

Bush já tirou sua casquinha. Disse que a caçada começou com ele. A depender do que já foi levantado, ele deixou acontecer para início de conversa, algo como o 9/11 estava sendo esperado, havia documentação, e ele nada fez. Passou oito anos no governo, e saiu com a mesma cara que entrou, diferentemente das ruínas que se tornaram Bill Clinton e FHC. Até Lula parece gasto. Sair com a mesma cara deve querer dizer o quanto ele deve ter se empenhado no que fosse. Mas enfim, todos querem tirar uma casquinha. Homem na Lua, fissão do átomo, internet, Direitos Humanos - e o fodão ainda é quem traz a caça maior para a tribo.

Duas ou três invasões nacionais foram montadas sob a desculpa esfarrapada de caçá-lo. Pelo visto, um comando militar especializado o liquidou. Meio tarde demais, para a saúde financeira do país.

"Conte pra todo mundo o que você está vendo aqui, conte pra todos! Minha filha morreu no 11 de Setembro." Conta o repórter da Grobo que, entrevistando americanos em festa nas ruas de Washington, uma senhora o agarrou pelo braço e soltou essa, na cara. Não fala com júbilo ou vingança. "Eu congelei.", ele comentou. É.

Interessante é notar não somente a festa nas ruas de cidades americanas. Mas o aparente alívio de boa parte do mundo islâmico: sabe como é, gente comum que apenas quer trabalhar honestamente e jogar futebol com os amigos no fim de semana. Por causa deste filho da puta - e isto, na concepção deles -, o mundo passou a ficar mais dividido, o diferente passou a ficar ainda mais temido. Preconceitos a duras penas amainados voltaram a galope.

É enterrado de acordo com os ritos muçulmanos, segundo dizem, para evitar aborrecimentos e mais sentimentos martirizantes. Diferentemente do nosso Wellington, que foi enterrado como indigente, a despeito das criteriosas especificações deixadas. Qual será o limite em termos de vítimas, para que certas considerações sejam executadas? Espero que não precisemos saber.

No discurso, Obama deixa claro que não é uma comemoração ou ação contra o Islã. Toque preciso e em boa hora.

Agora, é bolar para que o próximo Osama bin Laden não exista. Ou ainda, não precise existir, ou não seja levado a sério, se existir...

... e ainda...

Pensando um pouco mais ao longo do dia, o óbvio, creio, apareceu para mim.

O Presidente americano não é, ou não deveria ser, il Capo de tutti il capi. O exército americano não deveria ser a quadrilha, e os Navy Seals, o esquadrão de extermínio. Glorioso teria sido capturar, e não uma missão para matar. Capturar, extraditar, julgar e condenar, e condenando, prendendo-o em perpétua. Porquê civilização é assim que se faz, não interessa o clamor pelo sangue, ou até em detrimento a este. Teria sido ímpar oportunidade de se liderar pelo exemplo.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Direito de Escolha?

Estou, é claro, adorando o que já vi ser chamado Arab Awakening: protestos populares cada vez mais assíduos no dito mundo árabe, lutando contra o fim das ditaduras locais. Palhaçadas como o governo de Hosni Mubarak, no Egito, que há trinta anos no poder mantém a "lei de emergência", medida esta que, entre outras coisas, censura órgãos de imprensa -- ei, se o seu país está em 'estado de emergência' por 30 anos, o que exatamente isto diz de você, como governante?

Uma particularidade vista na Tunísia e sua dita Revolução de Jasmin foi a ausência de movimentos ideológicos ou religiosos: os protestos vieram simplesmente de uma população de saco cheio, com uma perspectiva nula de progresso em suas vidas, e comparando o seu país com países que funcionam. Tem uma hora que enche o saco, simples assim. O exemplo da Tunísia entusiasmou a população do Egito, que também conseguiu depor seu FDP-Mor local.

As mais de 200 mil pessoas vistas naquela praça central do Cairo, por 18 dias -- já estão dizendo que foram os 18 dias necessários para Mubarak & gangue acabarem de roubar e mandar tudo em segurança pra fora --, e que devem estar lá festejando até agora, emocionaram muita gente. Eu achei o maior barato, e espero de coração que estejamos vendo uma repetição de 1989 e a Queda do Muro de Berlim: bastou cair a Alemanha Oriental, o resto foi, de podre.

Mas ai, começam, é claro, as preocupações: o que vai entrar no lugar?

Aos olhos da iluminada burguesia ocidental, a entrada de governos teocráticos, ou religiosos radicais -- o que, pessoalmente, eu acho que não vá acontecer, não acho que a repetição do Irã seja uma regra, apesar da tendência do Iraque, seu vizinho, logo após da derrubada de Saddam Hussein -- representaria não só um perigo, como um retrocesso. Concordo com o primeiro, encrenco com o segundo. Retrocesso?

É claro que eu não quero uma teocracia pra mim, um país burro, com uma só visão, e que muito provavelmente derrubaria direitos de minorias conquistados a muito custo. Deve ser por isso que eu não vou morar no Irã, Mauritânia ou quejandos, percebam. Ou no Arizona, para não ficar apenas em um exemplo.

Mas eu também não vou por juízo de valores na 'escolha popular'. Presentemente, no Egito, ela está sendo muito elogiada por ter posto abaixo seu ditador. E sem bombas, sem auto-imolação e tragédias associadas com radicalismos religiosos, o que realmente nos faz aquecer o coração.

Mas aí subitamente sobe ao poder um Aiatolá Khomehini da vida. Balde. E por aclamação popular. Subitamente, a tão elogiada "voz do povo", "sabedoria popular", será encarada pelo mais liberal dos democratas com a mesma mentalidade de nossos militares na ditadura: povo não sabe/não está preparado para votar.

Ocorre então que, se formos associar Evolução com processos sociais e históricos, que o façamos da forma correta: sem juízo de valores, sem "linha narrativa" levando ao alto, a algo "superior" -- em nossa direção, é claro --, apenas outra transformação, conforme dita a necessidade. Não é pra agradar a mais ninguém, que a eles mesmos. Period.

Das duas, então uma: ou encaramos que somos tão liberais até que nos aperte o sapato -- embora talvez o nosso sapato seja o mais folgado de todos --, e que essa porra de 'direito de escolha' é o caraio e mete escola pra esses putos pra eles aprenderem o que é escolher pois o nosso meio é melhor do que o dos outros ao menos neste caso, o que nos deixa em última análise pelo menos com um ar de hipocrisia; ou engolimos em seco um tal de "Direito de Autodeterminação dos Povos", que não se chama "Direito de Autodeterminação dos Povos Porém", e seguimos adiante. Nem que por uma questão de coerência interna nossa: isso aí é papo ocidental, outras culturas não necessariamente vêem assim. Na melhor das hipóteses, lidere pelo exemplo.

Não gosta? Ignore. Não dá pra ignorar, sorria polidamente. Não dá pra sorrir quando se aglomeram aos nossos portões, pegue em armas. É lícito, neste caso.

E assim caminha a Humanidade.

sábado, 10 de abril de 2010

E o que mais dizer...

... que já não tenha sido dito sobre as chuvas do estado do Rio de Janeiro que já não tenha sido, por exemplo, dito pela Ana Cristina Rodrigues, de quem muito prezo a opinião? É um relato pessoal, comovente, de quem conhecia e convivia com diversos afetados pela tragédia em sua cidade, Niterói -- os links abaixo também retirei de seu artigo no blog.

Destaco um trecho que... se isso aqui não é uma forma de crime, nada mais é:
E as pessoas retirando a terra de cima de suas casas – mas o Estado colocou bombeiros para limpar o Maracanã, afinal não se podia adiar o jogo do Flamengo.
O Morro do Bumba era um lixão aposentado - vejo, no telejornal, que o lixão quando ativo havia sido registrado em um documentário de 1980 chamado L. X. O., de Rogério German, que assombrava as sessões de cinema na época da obrigatoriedade do curta brasileiro. Um grande morro feito de lixo, como revela a matéria negra pelas fotos de qualquer jornal, com chorume escorrendo solto.

Todo maquiado, entretanto: uma rua asfaltada. Títulos de propriedade. A favela que era integrada. O prefeito Jorge Roberto da Silveira, é claro, dizia que não sabia de nada, sobre ser uma área instável... como se o bom-senso não dissesse nada sobre se morar. Em. Um. Lixão. Porra.

Logo adiante, a comunidade no Morro do Céu, com história e ameaças similares...

Coisas de nossa direita insensível e, socorro, nossa esquerda salvadora. A prole de Brizola continua à solta, mesmo depois da morte do vampiro-mor. No Rio, o prefeito Eduardo "Eu-votei-no-outro-cara" Paes toma medidas de remoção de áreas de risco (até que ponto isto não é um critério político, mais do que técnico?) no grito, após o cocoréu ter rolado encosta abaixo, e não antes. Ao menos tomou alguma iniciativa. Canhestra, oportunista, meio tardia. Mas tomou.

É como me dizem, com muita propriedade: O Brasil precisa de um governante que não tenha medo de não ser amigo de ninguém. De ser antipático. De dizer NÃO.

Claro que a remoção de áreas de encostas envolve diversos dramas: quem lá mora tem sua vida montada nos arredores, é de se supor: trabalho, amigos, família. O fantasma da Cidade de Deus surge toda a vez que o assunto da remoção é tratado, pois ao invés de um projeto urbano de desenvolvimento, tornou-se um distante depósito de gente pobre, e futuro grande bolsão do crime. Mas claro que, para se tratar de um projeto urbano, tem que haver continuidade além de um mero mandato de 4 anos, e a miopia proposital da política impede disto. Não é só desalojar, é realojar, com a capacidade de transporte, saúde, TRABALHO, educação... criar mais uma parte da cidade, tão completa (se tanto...) quanto o resto.

E ai, é claro, porque o buraco sempre é muito mais embaixo... a população das favelas continua sendo, em boa parte, de oriundos dos estados do Nordeste, chamados pela promessa de melhoria de condições de vida? Caso sim, o problema começa a ter que ser resolvido por lá. E a partir do momento em que favelas são urbanizadas e títulos de casas finalmente concedidos, a migração só faz piorar.

Entre outras questões: o que ainda falta para o Rio decretar estado de calamidade pública? Niterói já decretou. Será que cai assim tão mal para a cidade da Copa do Mundo e Olimpíadas?

Por último, ouço do mesmo amigo: medidas preventivas são mais difíceis de camuflar o desvio de verba, do que as medidas de emergência. Torço para que ele esteja errado.

Para quem quiser ajudar as vítimas em Niterói, dois links: aqui e aqui.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

E ai a França vem...

... e suspende o visto de um muçulmano, porque ele impunha a burka à esposa, sob o pretexto disto ferir dois dos princípios da República: igualdade entre os sexos e o laicismo.

Comentando isto agora a um amigo meu, I've mixed feelings about that.

A mensagem é clara: não estamos a fim de aturar medievalismos religiosos. Acreditem, nós sabemos o que é, em primeira mão. Não vamos fazer vista grossa. Não tem veja-bem.

É a mesma França que proibiu, em escolas públicas, a presença não somente de crucifixos nas salas de aula, como em alunos, quipás em judeus, véus islâmicos em moças muçulmanas.

Não sou versado em Direito, muito menos francês... mas acho que a França parece ampliar a noção de proselitismo religioso para qualquer símbolo carregado à plena vista. Mas isto não é proselitismo, isso é apenas a escolha pessoal de um indivíduo. Claro, a esposa do cavalheiro acima em questão, eu não sei o quanto de escolha ela teve, ou ela acredita que teve. Mas, de qualquer forma, isto é fazer o Estado se meter na vida do indivíduo. De exceção em exceção, bem...

Ao mesmo tempo, imagino que deva ser desagradável ver, em seu dito moderno país ocidental, uma mulher desfilando como se tivesse saído de um filme como Guerra nas Estrelas ou O Quinto Elemento, e por um momento acreditar: será que isto será o padrão, daqui a pouco? Uma mulher ocidental vendo aquilo, será que não estará vislumbrando o que lhe reserva "algum dia"?

E ai outra questão: é, de fato, pelos princípios da República, ou nesta bala tem um nome gravado? Há comportamentos em outras religiões não muito lisonjeiros: se não geralmente em termos específicos, a mulher de um rabino não deve falar com outros homens, ou falar o mínimo possível. E ai, como fica? Ou demonstrações homofóbicas vindas de vertentes cristãs, isto significa que esta ou aquela igreja será fechada?

O que me faz pensar, como disse meu camarada: até que ponto alguém vindo de fora não deveria se acomodar aos costumes do país que o recebe? Mas ai eu pergunto, até que ponto o país que recebe alguém tem o direito de dizer a este como deve ou não se comportar?

Claro que há leis, quando se chega ao tal país, e nem se discute se deve-se ou não obedecê-las. Ir a outro país não significa subsidiar seus cacoetes pessoais com as benesses da nova terra; e antes que alguém diga "tradição", por favor: nessas horas tradição é apenas um outro nome para um erro que se perpetua por séculos, quando não, milênios.

A resposta mais rápida para tudo isto, ao que parece crer a França e alguns aspectos de nossa legislação, é que a saída é ser intolerante com os intolerantes. E ao combater os monstros, cuidado para não se tornar um deles, imagino. Mas por ser a resposta mais rápida, como é em casos complexos como este, imagino o que se perca no caminho.

A resposta mais complexa, a mais trabalhosa e, provavelmente, a mais correta, talvez seja esta aqui. Anglófonos only, desculpem. Mas em essência, a idéia é: não se impõe nada a ninguém. Persuade-se, se tanto. A luta é pelos corações, e nenhum tribunal poderá dar ganho de causa neste terreno.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio 2016

Ouvido ainda agora: seria interessante se os Jogos pudessem ser em Brasília, pois poderia se tornar uma fonte de trabalho para as populações flutuantes de Rio e São Paulo, além das cidades-satélites brasilienses, que se não me engano começaram como cidades-dormitório dos trabalhadores que ergueram a capital nacional.

Os números do Pan preocupam até hoje: se não me falha a memória, dos 700 e algo milhões inicialmente orçados, a festa toda foi a mais de um bilhão de reais. Pergunto-me: ora bolas, não são os Jogos internacionais? Deveria haver um comitê igualmente internacional para fiscalizar as contas.

Enfim...

Adendo: Em 2006, Montreal finalmente pagou por seu estádio olímpico... de 1976.

Adendo 2: excelente artigo, no dia 2/10, sobre o assunto no Gravata.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Engraçado...

... uns 40-50 anos atrás, a classe média brasileira viva sob o pavor da ameaça comunista.

Hoje, parece que vivemos sob a ameaça criacionista. :)

Os comunistas estavam próximos ao poder, os criacionistas estão próximos ao poder.

Os comunistas estavam se infiltrando em nossa rede de ensino, os criacionistas estão se infiltrando em nossa rede de ensino.

Os comunistas eram tão recheados de boas intenções que não havia espaço para um raciocínio crítico, os criacionistas são tão recheados de boas intenções que não há espaço para um raciocínio crítico.

Como será a nossa Redentora?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Promessômetro de Eduardo Paes...

... excelente serviço. Não cheira bem, mas até ai...

Eu votei no outro cara.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Todos os nossos 1984...

A essa altura, não é novidade: a Amazon, à revelia dos compradores, deletou determinado conteúdo do kindle sem aviso prévio a seus usários e compradores, reembolsando-os financeiramente. O conteúdo? As obras de George Orwell, Animal Farm (A Revolução dos Bichos, em português) e 1984. Especialmente sobre esta última, mais emblemático, impossível. Impossível.

1984 talvez seja a obra das obras sobre um governo totalitário e realmente opressor, que chega a ponto de reescrever a História, adotando para si as glórias e feitos do passado, remover artigos de jornal que criticassem o Partido, etc. e tal. Crítica ao stalinismo na época, mas que hoje em dia transcende ideologias ou suas ausências, sendo uma metáfora de qualquer sistema opressivo.

Recebi, com entusiasmo até, a notícia de que na Califórnia, por decreto do Governator, todo o sistema público de ensino iria adotar uma forma semelhante ao kindle, do que entendi, como livro didático: a idéia é, assim que confirmadas fossem novas descobertas, a disponibilização in promptu aos alunos. Achei isso muito legal, mesmo. Mas comecei a divagar, pelas obscuras ruelas mal-iluminadas dos meus achismos, de que um belo dia os alunos poderiam ligar seu kindle e *plim*: A Terra tem 6.000 anos de idade. Tenha um bom dia, cidadão.

Para não dizer, talvez toda uma, digamos, História da Pedagogia esteja ameaçada, e suponho que isto tenha a sua relevância.

E, é claro, começa a feira de erros: os direitos do consumidor. Ora, se fosse na vida real, alguém da livraria poderia entrar na minha casa e pegar um livro que comprei de volta, deixando o dinheiro pago por ele, sem antes me consultar? Não sem algumas cadeiradas no processo.

(Ainda digo: é culpa do Bill Gates. :) A M$ é que tem essa mania de fuçar no seu sistema operacional sem te consultar, já que você, macaquinho, não sabe mesmo de onde vêm as bananas. Tornou-se tradição na informática.)

Deve ter alguma tese, em algum lugar: nunca a geração, veiculação e, consequentemente, acesso à informação esteve tão facilitado na História, e igualmente, nunca esteve tanto a perigo: não somente de manipulações espúrias como esta, mas considere deixar seu palm cair no chão da altura da mesa. Considere deixar sua agenda velha, papel, do seu andar.

E ai, ainda por cima, leio o motivo do qual logo uma livraria incorre em ato tão trevas: eles não querem trabalhar com títulos sem direitos autorais. Outro catatau de erros a ser destrinchado.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

MuCo

Interface, conteúdo e bom-humor sensacionais: MuCo, o Museu da Corrupção. Já na lista ao lado. Pinçado lá do meu caro Dom Gárgula.

Update: link corrigido.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ciberativismo: Eleições no Irã

Original aqui. Quem quiser ecoar em seu próprio blog ou gerar um pdf e pendurar em algum lugar, esteja a gosto: o importante é divulgar. Quem souber francês, espanhol, etc...

Guia para a Cyberguerra das eleições no Irã

Yishay diz, "A estrada para o inferno é pavimentada com as melhores intenções (inclusive as minhas). Aprenda como realmente ajudar quem protesta, e não o governo do Irã."
O propósito deste guia é ajudar você a participar construtivamente nos protestos da eleição iraniana pelo Twitter.

1. NÃO divulgue IPs de proxys no twitter, e especialmente não utilizando a hashtag #iranelection. Forças de segurança estão monitorando esta hashtag, e no momento em que elas identificam o IP de um proxy eles o bloqueiam no Irã. Se você estiver criando novos proxies para os blogueiros do Irã, mande por Direct Message para @stopAhmadi ou @iran09 e eles serão distribuídos discretamente a blogueiros no Irã.

2.Hashtags, as duas únicas legítimas hashtags sendo usadas por blogueiros no Irã são #iranelection e #gr88, outras hashtags inventadas correm o risco de diluir a conversação.

3. Mantenha seus critérios! Forças de segurança estão agora criando contas no Twitter para espalhar desinformação se passando por iranianos protestando. Por favor, não retwitte impetuosamente, tente confirmar a informação com fontes confiáveis antes de retwittar. As fontes legítimas não são difíceis de encontrar e seguir.

4.* Ajude a proteger os blogueiros: mude seu setting no Twitter para que sua localização seja TEHRAN e seu fuso horário GMT +3.30. Forças de segurança estão à procura de blogueiros usando esta localização e fuso horário. Se todos nos tornarmos "iranianos", ficará bem mais difícil de encontrá-los.

5. Não revele seu disfarce! Se você descobrir uma fonte genuína, por favor não divulgue seu nome ou localização em um website. Estes blogueiros estão em perigo REAL. Espalhe discretamente através de suas próprias redes mas não os sinalize para as forças de segurança. Pessoas estão morrendo lá, de verdade, por favor sempre lembre-se disso...


* UPDATE: Carol, nos comments, lembra que o rastreio por IP tornaria a dica #4 bobagem.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Churnalismo

Dica do Escrevinhamentos, eis uma matéria sobre Churnalismo: o jornalismo feito às pressas, nas coxas, e suas consequências nefastas. A matéria é do blog E Você Com Isso?, de Marcelo Soares.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Momento Hobbesiano...

... pinçado do Trezentos, um alerta contra o autoritarismo que espreita a sociedade.

UPDATE: Meu prezado Barone me oferece um outro ponto de vista à questão aqui.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Além do Cidadão Kane

Sempre havia ouvido falar deste tal documentário de 1993 realizado pela BBC sobre a Rede Grobo e suas conexões sombrias com... bem, suas conexões sombrias. :) E que havia sido censurado pelo judiciário de passar no Brasil, etc.



É do tempo ainda da tv aberta. Não sobra muito para as demais emissoras, e na verdade tb fala como a questão do licenciamento dos meios de comunicação do país ainda está muuuito longe de ser algo correto, no sentido mais simplesmente ético da palavra.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Pro Dia Nascer Feliz...



Sapatadas e sapatadas...

domingo, 26 de abril de 2009

Eu queria ser alguém...

... próximo de ser Alguém para poder ser o 114o. a assinar isto aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Senado pra quê, mesmo?

Vamos lá.

As legislaturas estaduais e municipais têm uma só câmara. Porque a federal tem que ter duas?

Outro dia percebi que tradição é ótima até a hora que mata a si própria. Herda-se um "senado" desde os tempos de Roma. Bem, de lá pra cá, a representatividade mudou, e a noção de uma "Gerusia" me parece desproposital - não estariam melhor estes que são os políticos mais experientes próximo dos não tão experientes assim, na dita "câmara baixa", ensinando-lhes até boas maneiras?

O quanto se economizaria se nos livrássemos deste Senado, se adotássemos o regime unicameral? Mas é nos livrarmos, mesmo, mantendo uma proporção de cargos eleitos anteriores, nada de "agregar valores" de gastos e encargos.

Claro que isto teria que passar por uma reforma geral e antipática que passaria até pelo sistema eleitoral: em nossa Constituição de 88, mais reverenciada do que a Bíblia, há um lindo artigo em que óóó, que democrático!, diz que qualquer um pode se candidatar ao Legislativo.

Lixo demagógico sem um pingo de compromisso com a realidade, é claro.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

De Omissões e Tragédias...

A Itália passou por um terrível sismo. A cada dia que se passa, menores as chances de se resgatar alguém com vida.

Gianpaolo Giuliani é um geólogo que chegou a ser denunciado à polícia por promover pânico, por antever o fenômeno.

Cinco anos atrás, no tsunami da Indonésia, outro cientista que também antevia um desastre vindo foi igualmente afastado por interesses políticos e econômicos.

Tenho a firme impressão que, se de "cientista" a profissão dos afastados em questão fosse "jornalista", a imprensa global estaria chiando loucamente sobre censura e direito de informar/do público ser informado. Ou será que, realmente, está tudo sempre na dependência de uma espécie de máfia corporativa, que só reage quando sente que um de seus integrantes está ameaçado? Alô, Barone, estou exagerando? E penso não só tudo isso:

Não deveriam ser os responsáveis por essas omissões serem acusados de crimes contra a Humanidade?