terça-feira, 5 de maio de 2009

Além do Cidadão Kane

Sempre havia ouvido falar deste tal documentário de 1993 realizado pela BBC sobre a Rede Grobo e suas conexões sombrias com... bem, suas conexões sombrias. :) E que havia sido censurado pelo judiciário de passar no Brasil, etc.



É do tempo ainda da tv aberta. Não sobra muito para as demais emissoras, e na verdade tb fala como a questão do licenciamento dos meios de comunicação do país ainda está muuuito longe de ser algo correto, no sentido mais simplesmente ético da palavra.

domingo, 3 de maio de 2009

Previsões antigas...

... que viraram retrô. Eu amo isso.







Esse último aqui é motivo de discussão. Eu falo que FC aqui no Brasil é literatura de gueto, nego fica puto. Mas é.

FC é coisa de país industrializado, de tecnologia e ciência hard, e que sobretudo, como parte do investimento na indústria, acostuma a população a crer que a felicidade material está logo ali, daqui a alguns poucos anos. Ou seja, acaba acostumando a população que o esquisito tem sim, a ver com você e sua vida. A tecnologia entra no imaginário coletivo. Sem isso, não dá.

E não adianta dizer que Star Wars, Matrix e Arquivos X fazem sucesso, porquê ai é a) é uma questão de "filmes de ação" e b) uma questão de veículo, de mídia, e não de gênero. Repitam depois de mim, amiguinhos: hábito de ver televisão/ir ao cinema não gera hábito de leitura. Na melhor das hipóteses, um meio-termo, um suporte que tanto dependa de imagem como de texto: as histórias em quadrinhos.

Aqui no fazendão, se você quer escrever Horror, Fantasia, Realismo Mágico, vai fundo. Mas FC? Pouco provável.

sábado, 2 de maio de 2009

O Telhado reloaded

Pouco após voltar à blogosfera, meu prezadíssimo Dom Bezerra toma juízo e parte para um sistema mais decente... já na coluna ao lado.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Talkative Bookworm...

... é o blog de Ana Cristina Rodrigues, já na coluna ao lado. Colega rpgista, escritora de literatura fantástica, historiadora medievalista, a moça não para. Lançou o primeiro livro agora, Anacrônicas - Pequenos Contos Mágicos, que ela me concedeu a bela oportunidade de ser um dos revisores do livro.

Divirtam-se!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

The Mysterious Explorations of Jasper Morello



Dica dada pelo amiguinho Antunes, é uma excelente computação gráfica misturando 3D com teatro de sombras. A técnica era popular antigamente, precedendo mesmo o cinema filmado. A estória é passada em uma ambientação, adequadamente, a la Século XIX. É um estilo de literatura (aspas, aspas) fantástica que se chama hoje de em dia de steampunk, embora a extrapolação aqui esteja bem mais forte do que o normal. Mas o jeitão de época, não só nas soluções gráficas como na ciência esquisita, especialmente na estória, está lá.

Veio por uma certa Monster Distributes, nunca ouvi falar. Mas espero que venham com mais material como este em breve.

Pro Dia Nascer Feliz...



Sapatadas e sapatadas...

domingo, 26 de abril de 2009

Eu queria ser alguém...

... próximo de ser Alguém para poder ser o 114o. a assinar isto aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Senado pra quê, mesmo?

Vamos lá.

As legislaturas estaduais e municipais têm uma só câmara. Porque a federal tem que ter duas?

Outro dia percebi que tradição é ótima até a hora que mata a si própria. Herda-se um "senado" desde os tempos de Roma. Bem, de lá pra cá, a representatividade mudou, e a noção de uma "Gerusia" me parece desproposital - não estariam melhor estes que são os políticos mais experientes próximo dos não tão experientes assim, na dita "câmara baixa", ensinando-lhes até boas maneiras?

O quanto se economizaria se nos livrássemos deste Senado, se adotássemos o regime unicameral? Mas é nos livrarmos, mesmo, mantendo uma proporção de cargos eleitos anteriores, nada de "agregar valores" de gastos e encargos.

Claro que isto teria que passar por uma reforma geral e antipática que passaria até pelo sistema eleitoral: em nossa Constituição de 88, mais reverenciada do que a Bíblia, há um lindo artigo em que óóó, que democrático!, diz que qualquer um pode se candidatar ao Legislativo.

Lixo demagógico sem um pingo de compromisso com a realidade, é claro.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Fascismo Indígena...

... é o artigo do meu caríssimo Barone lá no Escrevinhamentos, a respeito da nova constituição boliviana e como as teses racistas/discriminatórias de esquerda sempre parecem crer que é "pela melhor das intenções/causa" etc.

É oportuno, parece-me uma situação brasileira exagerada. Ah, então é outra realidade a dos bolivianos? Sim, é, claro que é. Mas não me parece que estejamos tão distantes assim.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Enquanto isso...

... é, na verdade, o blog - já na coluna ao lado - de Carlos Eugênio Batista, meu prezado Patati, a quem conheci nos idos da grande e saudosa I Bienal de Histórias em Quadrinhos do Rio de Janeiro, em 1991. Patati é roteirista de HQs e já publicou dois romances, com uma nova obra indo para a gráfica. Seja bem-vindo, parabéns e sucesso, velhão!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Dubai

Dubai, o paraíso materialista na Ásia Menor, a mega-cidade ultradesenvolvimentista, que faria parecer Brasília e JK como algo tímido, também tem seu lado sombrio.

É o que nos conta o jornalista Johann Hari, do inglês The Independent, em seu artigo The Dark Side of Dubai.

Por trás de um paraíso de concreto armado, há um inferno em termos de censura da imprensa, leis árabes 'old style', desconhecimento generalizado dos Direitos Humanos, poluição galopante devido a uma infra-estrutura de esgoto antiga que não acompanhou o desenvolvimento (pensem em uma Barra da Tijuca mil vezes pior), e muito, muito, mas muito trabalho escravo - com empresas de recrutamento de operários sumindo com o passaporte dos novos operários, tão logo eles pisam em Dubai - e isso é apenas o começo.

Estarrecedor.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Da Reforma Ortográfica

A dona moça aqui levantou uma lebre interessante: a quem realmente interessa essa reforma ortográfica dos países de língua portuguesa? o fato é que editoras da terra de Camões se beneficiariam de uma só maneira de escrever o texto, ao economizar em versões idiomáticas locais. Será que a indústria livreira brasileira conseguiria resistir? E ainda, será que teremos livre acesso do lado de lá do atlântico, likewise?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Telhado is back

Tomando vergonha na cara, meu estimado Dom Bezerra retorna com O Telhado de Vidro, que consta da coluna ai ao lado. Bem-vindo de volta!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

De Omissões e Tragédias...

A Itália passou por um terrível sismo. A cada dia que se passa, menores as chances de se resgatar alguém com vida.

Gianpaolo Giuliani é um geólogo que chegou a ser denunciado à polícia por promover pânico, por antever o fenômeno.

Cinco anos atrás, no tsunami da Indonésia, outro cientista que também antevia um desastre vindo foi igualmente afastado por interesses políticos e econômicos.

Tenho a firme impressão que, se de "cientista" a profissão dos afastados em questão fosse "jornalista", a imprensa global estaria chiando loucamente sobre censura e direito de informar/do público ser informado. Ou será que, realmente, está tudo sempre na dependência de uma espécie de máfia corporativa, que só reage quando sente que um de seus integrantes está ameaçado? Alô, Barone, estou exagerando? E penso não só tudo isso:

Não deveriam ser os responsáveis por essas omissões serem acusados de crimes contra a Humanidade?

domingo, 5 de abril de 2009

E falando nos Incríveis...

... revi hoje de tarde.

Já vinha querendo há algum tempo, tinha mais de ano que não abria o dvd. Pelo menos.

E estava tudo lá. Um dos filmes mais redondos que eu conheço. Uma trilha sonora fenomenal, tudo emoldurando. Uma evocação dos filmes de espionagem (especialmente James Bond, mas não exclusivo a) e séries similares de anos 60/70, seja na trilha, seja no tratamento do tema, até os props - mobiliário, revistas, casas, etc. Tudo sutil, mas está lá, uma vez que ainda é passado nos tempos atuais.

Havia dito, logo abaixo, que é um tratamento similar que ocorre em Monstros vs. Alienígenas, pois evoca filmes B de anos 50/60.

O que me leva a pensar se a tal evocação não é uma forma de se manter o moderno folclore. Explico.

Outro dia, conversando sobre direito autoral com a moça aqui, eu dizia que não acreditava que fosse possível fazer folclore nos dias de hj, além de ficar eternamente citando lendas do passado. Disse ela, "Harry Potter", como exemplo. Já eu disse que ser mitológico não tem model sheet ou direito autoral. Em um mundo em que não dá para patentear "Pinóquio", mas sim sua representação gráfica, como ter esta espontaneidade? Onde a evocação é olhada firmemente por ciosos advogados? Há casos da Disney cobrar de escolinhas e creches seu material pintado na parede, para ambientar crianças. Ou do nosso ECAD invadindo simples festa de criança para cobrar de um pai o direito de reprodução do som da festa (eu não consigo pensar em algo mais fascista, mas enfim...).

Claro que sempre poderá haver crianças, digamos, brincando de Harry Potter ou Senhor dos Anéis entre si (supondo que haja momentos sem o videogame o suficiente para isso, e na verdade crianças que brinquem disso), e brincadeira de criança também é folclore. Ok.

Amigos meus se envolvem com a estranha prática do fanfic: escrita, gratuita para não tomar processo no rabo, de contos de idéias já existentes, como sagas de fantasia, ou até mesmo super-heróis. Por muito tempo achei o fanfic uma boa perda de tempo e criatividade, quando se podia estar fazendo algo próprio (não obstante ter feito o meu As Letais Lágrimas de Lois, que um dia tomo coragem e puxo do fundo do HD). Hoje em dia, entretanto, penso se isso não é uma maneira também de se gerar folclore sobre o que está sedimentado; uma vez que o ser imaginário de hoje em dia, ao contrário de tempos idos, em que várias versões eram apresentadas, por mais até contraditórias que às vezes fossem, eram de quem assim quisessem encarar. O ser imaginário de agora é preso, como citei acima, por direitos autorais e model sheets, e só há uma versão dos fatos a seu respeito (até levando em conta as contradições que não raro grassam em suas próprias histórias, uma vez que todas são igualmente protegidas pela lei).

Ou seja, dá pra haver uma renovação de verdade do folclore, daqui por diante, pelo menos uma que não pise em ovos quanto a questão de ferir direitos autorais (e dai o que Os Incríveis e Monstros vs Alienígenas entraram na conversa)? Não sei. Hoje em dia, as novas idéias, especialmente as que facilmente pegam no gosto do povo, são registradas antes. Será que o futuro do folclore algo a ser ditado pelas regras do mercado? Ou será que o folclore como conhecemos, espontâneo, popular, sem um dono de sua verdade por trás, na verdade chegou ao seu limite natural, face ao que nossa sociedade se tornou?

Mas Os Incríveis continua sendo genial, recomendo muito a todos... :)

É. Hoje foi um dia de verve.

Monstros vs Alienígenas



Assisti ontem Monstros vs. Alienígenas. É o mais novo lançamento da Dreamworks (Shrek), a criançada no cinema pareceu curtir. Vi numa sessão infantil, arrastado por um amigo meu que queria ver a quantas andava o 3D da coisa, ok.

Os óculos não eram descartáveis, o que me deixou cabreiro. Pedi informações, informaram-me que após cada sessão eles eram submetidos a um banho químico e não sei mais o que. De fato, os tais óculos - que até chip antifurto tinham - estavam até com um cheirinho de sabonete, ou algo assim. Devia ser era um desinfetante da porra, daqueles que dissolvem seu dedo se mergulhado por 20 segundos, mas, ok.

Achei meio cansativo, ainda que impressionante, o 3D da coisa. A sessão terminou, senti os olhos ardendo um pouco, estando incômodo até agora. Nota: eu uso óculos, ou seja, não sendo aqueles de grau, foi um sobre o outro. Talvez seja por isso. Enfim.

A animação foi feita pensando na projeção 3D, isso me pareceu claro, face os ângulos, close-ups e enquadramentos.

A história é sobre um grupo de monstros mantidos em custódia e segredo pelo governo americano que acabam sendo a única possibilidade de defesa, face uma invasão alienígena.

Tirando isso, é um filme que tem uma segunda leitura que os mais adultos e mais nerds podem reconhecer: os monstros são inspirados em filmes B dos anos 50 e 60: O Monstro da Lagoa Negra, a Bolha Assassina, um monstro gigante japonês (inspirado em Mothra), A Mosca da Cabeça Branca e a protagonista, que é a Mulher de 50 pés de altura, que até ganhou refilmagem com a Daryl Hannah. Fora uma penca de outras referências de shows similares na mesma nerdsfera.

Curiosamente, a história ainda passa por um desenvolvimento similar ao que se vê em obras como "Shrek" (um dos diretores dirigiu Shrek 2, aliás) e Hellboy 2, a do monstro de bom coração que ajuda a todos e que continua sendo tratado como lixo. Pode ser um tema legal a ser passado para a criançada.

A história lembra um pouco o retumbante Os Incríveis (da Pixar), e não só pelo character design dos humanos


(que, ok, não é história), mas a idéia de brincar com referências cinematográficas de FC, super-heróis e filmes de aventura (espionagem no caso do primeiro, terror-B no caso deste de agora), ou seja, com um referencial cultural mídia-de-massas, está lá. Penso se as referências de videogame não durarão a entrar, se é que já não entraram (sim, já entraram, vira e mexe a geração Atari é de alguma forma representada. Mas lances mais recentes, digo, dos quais não tenho idéia).

Confesso que gostaria de ter visto o lado alien-referencial ter sido explorado da mesma forma, mas infelizmente só havia um alienígena que foi o modelo de todos os outros, este juntando as referências básicas de ser cinza e cabeçudo. Há um quê dos trípodes marcianos, mas fica tudo muito quieto, digamos, em termos de referência.

Eu não sei a quantas anda o cinema 3D, ou se Ms x As é algum breakthru. Só sei que recomendo, a dublagem está boa (Guilherme Briggs, o eterno Freakazoid, roubando a cena, como sempre), a criançada na minha sessão curtiu (especialmente o 3D da coisa).

Recomendo, é bastante divertido, no saldo final.

sábado, 28 de março de 2009

Que Mal Faz?

Infelizmente em inglês, What's the Harm? é um site dedicado a coletar casos de pessoas que se deram mal - morreram, até - por acreditar em ciência fajuta, cultos, teorias da conspiração, etc. e tal - ou, como diz o site, por "não pensarem criticamente".

Heh. Pareceu-me uma espécie de ante-sala para o Prêmio Darwin.

Kill Bic

Há pouco tempo atrás, a Bic - sim, a marca de esferográficas - alcançou a marca de 60 bilhões de unidades vendidas. Há uma média de 10 canetas Bic para cada habitante do planeta. Sob um certo aspecto, a Bic é um grande símbolo de sucesso da Revolução Industrial, com praticidade, acessibilidade financeira, replicação, etc. Está sem caneta? Se no trabalho, puxe alguma gaveta, estenda os braços ao redor ou simplesmente peça emprestado a quem estiver mais próximo: provavelmente em 10 segundos você poderá estar escrevendo.

Ok, até ai? Pois bem.

Pouco tempo atrás, uma senhora conhecida minha tomava notas em um prestigioso centro cultural em São Paulo, localizado na Av. Paulista. Com sua pequena, humilde, e impessoal caneta Bic. Uma atendente se dirigiu a ela e pediu que não escrevesse com a caneta, pois ela poderia estourar e prejudicar o andamento do centro.

Não, não estou inventando nada disto. Pensem: é idiota demais para não ser verdade.

Fico pensando agora que a Bic deve estar por trás, se não for a fachada, de um plano terrorista de dominação global. Dez bilhões de canetas ao redor do mundo. Onde quer que haja uma pessoa letrada, ou uma criança desenhando. Hospitais, escolas, fábricas, escritórios, bases militares, palácios de governo, nas valises, nas mochilas escolares, no bolso das roupas. Sentadas, deitadas ou andando, ninguém - NINGUÉM - está a salvo.

Sesenta bilhões de pontas de tungstênio - e eles se vangloriavam disso na televisão, aqueles caras de pau! - sendo disparadas ao mesmo tempo, em todas as direções, contra tudo e contra todos, sem discriminação de classe, credo ou cor. Imagino já centros comerciais como a Wall Street, ou mais humildemente nossa Av. Rio Branco, com borrões azuis-marinho em suas fachadas, escorrendo por janelas, pessoas caídas na rua, com seus corpos já automaticamente demarcados por onde a tinta não escorreu.

O mesmo ocorrendo pela Avenida Paulista inteira - inteira? Não! Há um prestigioso centro cultural que a isto anteviu, e ele permanece limpo, incólume, funcional, em meio ao pandemônio melecado em que se tornou a sociedade.

Não há datas para isto, mas suspeito de 24 de Dezembro de 2012 - ao menos o tal calendário maia está na moda, deve ser por algum motivo.

E a tal senhora, o que fez? Pegou, obediente, um lápis e pôs-se a escrever...

... claro, mal sabendo o prestigioso instituto que, secretamente, há uma conspiração da indústria do lápis encabeçada pela Faber-Castel para entupir os filtros de ar-condicionado com poeira de grafite (não riam! Aconteceu isso na finada estação espacial soviética!), além de acidentes provocados por assassinas pontas quebradas voadoras. Cultura gera Medo, senhoras e senhores. Não escrevam mais, apenas digitem com seus amiguinhos de todas as horas, os teclados.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Blue Eyes...

... Babys got blue eyes
Like a deep blue sea
On a blue blue day
Blue eyes
Babys got blue eyes
When the morning comes
Ill be far away
And I say



Blue eyes
Holding back the tears
Holding back the pain
Babys got blue eyes
And shes alone again



Blue eyes
Babys got blue eyes
Like a clear blue sky
Watching over me
Blue eyes
I love blue eyes
When Im by her side
Where I long to be
I will see



Blue eyes laughing in the sun
Laughing in the rain
Babys got blue eyes
And I am home, and I am home again.



Thanks, Elton.

Pois é.

A crise foi gerada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis, que antes pareciam saber de tudo, e, agora, demonstram não saber de nada.

Ah, é somente a constatação de um fato? Sim. Claro, os brancos de olhos verdes que, por ventura tenham participado da geração da crise estão isentos, por algum motivo etéreo que me escapa. Talvez por "azul" ele tenha querido dizer "olho claro", mas quem sou eu para interpretá-lo?. Ou os de olhos castanhos, que por um acácio ou dois estivessem presentes, nem que de passagem pela porta. Mas não. Interpretações são desnecessárias. O Presidente foi claro. O olho azul é o novo sarraceno.

Acrescenta ou não acrescenta ao discurso? Se acrescenta, em quê? E que discurso é esse, afinal de contas? Que mentalidade por trás do discurso é essa?

Cês que votaram nele - duas vezes - que me respondam, por favor...

terça-feira, 24 de março de 2009

Todos Iguais Pela Música...



... porque batucar na lata colorida, como diz o Mauro Amaral, é o c&¨%$#@! Cultura, projeto cultural, no sentido de construir uma nação, é o que vemos acima.

Encontrado no Carreirasolo.org. Boa dica da Carol.

Os Bastidores de Watchmen


Dificilmente haverá uma obra dentro das HQs de super-heróis mais importante do que Watchmen, a mini-série em doze partes (aqui no Brasil, originariamente em 6 volumes) escrita pelo genial Alan Moore e desenhada pelo mestre Dave Gibbons.

É contemporânea a Batman - o Cavaleiro das Trevas (esqueçam o filme de mesmo nome, seus méritos são outros), de Frank Miller, outra obra que redefiniu o gênero, para o que há de bom e de ruim feito depois.

Adaptá-la era considerado um feito impossível, e após muitos e muitos anos, o impossível foi dispensado (disseram o mesmo de O Senhor dos Anéis), em um filme que só os puristas, dentre quem não leu a HQ original, não gostaram.

O filme é, por sinal, maravilhoso, "seguindo a cartilha" quando dá, e tendo soluções muito bem sacadas, mesmo, em prol da adaptação.

Os Bastidores de Watchmen (editora Aleph, 2009) é baseado nos estudos de Gibbons para a obra, além de histórias envolvendo a produção da série. E haja estudos. E mais estudos. E estudos. Personagens, enquadramentos, cor... quem é mestre, faz e ensina. Imperdível para amantes de quadrinhos e design gráfico.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

La Dolce Vita

A Polícia Federal fez uma pequena faxina na classe média do Rio de Janeiro, metendo em cana algumas dezenas de contrabandistas e traficantes de fuzis, ecstasy, cocaína, etc.

Não vai dar em porra nenhuma, todos nós já podemos esperar. Filhos de gente bacana: promotor no Acre, publicitários, etc. Um deles não se via como contrabandista, o pobre ingênuo. Outro dizia que fazia isto para sustentar o nível de vida. Freak show total.

Mas fico pensando cá com os meus botões: a partir do momento em que o desconhecimento da lei não é motivo para descumpri-la, nível social e grau de escolaridade deveriam ser agravantes para todo e qualquer tipo de crime.

Enfim...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Beco das Virtudes

Não deve ter demorado um ano, ou pouco mais do que isso. Espremidinho ali, em uma lojinha de uma galeria antiga aqui no Leblon. O primeiro sebo que me dava conta desde que a Dantes havia se mandado pro segundo andar do Odeon BR, na Cinelândia.

Passei meia-dúzia de vezes lá. Cada vez eu perdia horas que não tinha, entre livros de segunda mão e conversas deliciosas tarde afora com os donos, em que comentávamos autores, livros, e solucionávamos os problemas do Brasil até o cair da tardinha.

Fiz poucas e boas compras, entre elas, a coleção completa de literatura não-infantil de Monteiro Lobato. Era um lugar apertado, mal dava para duas pessoas, mas haviam conseguido deixá-lo aconchegante.

Chegando em casa dias atrás, encontro um dos donos por um acaso, que me contou que a livraria acabara Novembro passado. Morri de pena e, é claro, de arrependimento por não ter gasto mais horas que não tinha por lá.

Enfim, faz parte.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Obama

Mal começou, duas canetadas: fechar a base de Guantánamo e liberar o repasse de verbas federais para a pesquisa de células-tronco.

Coerente com seu discurso, pelo menos: ele disse que a ciência e a tecnologia seriam postas de volta em um lugar de proeminência, ajudando o país a recuperar sua grandeza. O repasse acima havia sido suspenso pelo cowboy, por motivos religiosos.

Ainda no mesmo discurso de posse, disse que iria combater o terror com inteligência. Belas palavras. O circo de horrores da era Bush ainda tenta se justificar, dizendo que outro atentado tão terrível quanto o 11/set haveria sido evitado, graças à tortura como método de interrogação. Bem, o 11/set poderia ter sido evitado, se fosse dado atenção a todo mundo que alertou os EUA, nesse ponto. Os motivos pelos quais isto foi ignorado, dá medo em pensar. Os menos piores envolvem burrice, mesmo - portanto, o meio da inteligência é eficaz. Os demais entram pela teoria da conspiração.

Claro que podemos pensar que esse fechamento é simbólico, e que na verdade a coisa é capaz de ser varrida para debaixo do tapete, longe das vistas da opinião pública, na prática. Mas quero crer que não. Que, no terrível jogo de interesse da elite das grandes nações, algo minimamente de humano possa estar sendo feito. E que, mesmo neste nicho, a era Bush tenha sido uma aberração.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Gaza

Eu poderia escrever o que fosse, a essa altura, seria redundante. O campeonato para ver quem está mais errado continua.

Prefiro deixar a indicação do que meu amigo Victor Barone faz no seu blog Escrevinhamentos, que tenho muito prazer de ter na coluna de links ao lado.

Quero crer que Victor faz parte de uma frente que faz da Internet valer à pena e brilhar em seus melhores momentos, especialmente em um como este, onde a imprensa vem sendo obstruída sistematicamente na área do conflito pelo governo israelense - alguém poderia fazer uma contagem de quantos direitos humanos Israel vem fundeando nas últimas semanas.

"Israel tem o direito de se defender", ouço falar, por ai. Sem dúvida. Qualquer país tem. Qualquer povo tem.

"Explica, mas não justifica", também sempre ouço falar - dá pra se mancar?

Enfim...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Madagascar 2




Assisti. Tem o mérito de conseguir fazer rir de velhas piadas, ao mesmo tempo que introduz algumas novas.

Achei que é mais comportado: nada de referências a drogas ilegais, por exemplo.

O humor histérico bem cartunesco está lá. Entretanto, escolha consciente, resolveram dar um tratamento à selva africana (não é em Madagascar, embora lá comece, que se desenrola a história) realista, de filmagem. Bem, é bonito de qualquer maneira, sem dúvida: mas eu prefiro o charme daquela selva cartunesca do primeiro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal!

Tão somente, felicidades!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Dom João Carioca


Dom João Carioca - A Corte Portuguesa no Brasil (1808-21) é uma quadrinização pelo cartunista Spacca sobre a vinda da Família Real Portuguesa ao Brasil, publicada pela Companhia das Letras.

Não é uma história convencional, mas momentos importantes pinçados e desenhados conforme o desenrolar dos acontecimentos históricos. Nos créditos da capa, a historiadora Lilian Moritz Schwarz.

Ao final, model sheets de personagens, pesquisas iconográficas e quetais, como uma espécie de diário de produção e um importante lembrete da pesquisa visual que todo o ilustrador deve saber fazer.

Spacca já tinha feito algo semelhante com Santos-Dumont em Santô e os Pais da Aviação, poucos anos atrás.

Muito bom, recomendo a todos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Criacionices...

Lá no Escrevinhamentos, um artigo sobre o 'debate' entre o ensino do Criacionismo, Design Inteligente (sic) e Evolucionismo me ajuda a salvar meu mau humor. Obrigado, Victor.

Questões básicas de porque isto não pode ser levado a sério, e malditos sejam os políticos que o permitem, em nome de sua conveniência:

1) Deus é incomprovável e indescomprovável. Portanto, não é matéria a ser abordada como científica. A Teologia se define como a ciência (a respeito) de Deus e, hoje em dia, aproxima-se muito mais da filosofia ao ponderar sobre a condição humana e sua relação com o divino do que qualquer outra coisa. Nada pode ter a ver com biologia, ou o material, de uma forma geral. É como querer classificar o índice pluviométrico ao longo de um período usando um contador gêiger: método e instrumentação inadequados ou inexistentes.

2) A Teoria da Evolução, se apresenta falhas com o passar das descobertas, deverá quando não mais se sustentar revista ao ponto de sua reformulação e, se assim preciso for, substituída por alguma outra - é o processo natural que ocorre com a ciência. Dar por garantido que será substituída é outra coisa e nada tem a ver com a mentalidade científica. Uma teoria precisa ser descomprovada antes.

3) a Teoria da Evolução não procura explicar, comprovar ou descomprovar Deus. Não satisfeito em não ser sua matéria de estudo, vide 1).

4) Quando eu era criança pequena lá em Barbacena, eu ouvia que o Brasil era o maior país católico do mundo. Hoje em dia o termo politicamente correto é o maior país cristão do mundo. Politicamente correto ou não, aqui se vê o desejo de abranger em uma definição um número maior de pessoas - são tempos da bandeira da inclusão, afinal de contas.

Ora, como então, adotar como alternativa ao ensino da Teoria da Evolução o Criacionismo e/ou Design Inteligente (sic) no sistema de ensino, especialmente o público, dentre desta bandeira? Afinal de contas, a visão 'genesiana' é uma visão somente. E os nossos umbandistas, candomblés, budistas, cada um dos nossos grupos indígenas e suas subvariações - não têm eles também direito a ver suas teorias alternativas sendo ensinadas? Não nos esqueçamos de nossos espíritas que, a partir do Século XIX, foram os que mais se empenharam em dar uma aproximação científica ao fenômeno sobrenatural: porque suas teorias científicas também não seriam ensinadas?

A resposta é simples: vide 1) e, além do mais, obviamente que não haveria tempo para tudo isto e mais o ensino das matérias Português, Matemática, etc. etc. etc. Bem, sendo assim, vamos para a neutralidade, tão laica quanto deve ser o Estado: passemos a ensinar somente teorias realmente científicas.

A visão judaico-cristã da origem do mundo se baseia no primeiro livro da Bíblia, a Gênese. Entretanto, já repararam que nunca tem nenhum judeu falando algo parecido com o Criacionismo ou o Design Inteligente (sic)? Até onde me garante quem conhece a matéria bem melhor do que eu, para os judeus a ciência a cada dia tão somente nos ajuda a desvendar um pouco mais da complexidade - adendo meu: portanto, beleza - da Obra. Period. Maturidade é isso ai. Aprendam, crianças.

5) O que nos leva a um outro probleminha, para quem realmente se importa com uma devida educação cristã. "Eu só acredito vendo" foi o que São Tomé disse, quando os seus camaradas discípulos vieram lhe contar que Jesus havia ressucitado, e já tinha aparecido para o pessoal em encontros na surdina, dado à perseguição romano-israelense de então. Na oportunidade que teve de encontrar Jesus, este respondeu, "E ai, bacana, o que é que você ia dizendo? Pois é, você viu e acreditou. Feliz aquele que não viu, mas acredita."

Tibieza é o nome do pecado de São Tomé. O da fé vacilante. A que requer provas. Todo este discurso cada vez mais bem elaborado do Design Inteligente (sic) ou de seu primo da roça, o Criacionismo, escondem uma dúvida cada vez maior. Falta aos seus proponentes a coragem de vasculhar suas próprias motivações, e de encarar esta dúvida.

Agora, o que não pode, é sistematizar a divulgação esta dúvida às massas: não deixa de ser que nem a pornografia, que promove a luxúria.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

100 mil

Na favela Pavão-Pavaozinho, tem barraco sendo desapropriado para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento por até cem mil reais.

...

Então tá.