segunda-feira, 14 de julho de 2008
Princess
Spoilers abaixo.
De lá do Anima Mundi nesses primeiros três dias, destaco este longa dinamarquês de 2006, aqui no Brasil como Irmão Padre, Irmã Puta.
O desenho segue técnica mista, primariamente sendo animação tradicional, a traço, com diversos complementos em CG, não exatamente interessados em sumir da vista, o que aqui é bom. Segundo o IMDB, 20% da obra é filmada com pessoas de verdade - e um traços mais interessantes é que nesses 20% os seres humanos, carne e osso, interpretando, estão em fitas de vídeo, assistidos pelos personagens animados.
A história é ao redor de August, ex-padre que retorna à cidade natal para cuidar da sobrinha, filha natural da irmã, morta por overdose, envolvida em prostituição e feita uma porn queen de sucesso. August se remói de culpa por ter se envolvido no início da carreira da irmã, e nada ter feito para impedí-la de seguir nessa vida. Ao levar a sobrinha, vai descobrindo aos poucos as marcas, físicas e emocionais, da criança, que em seus breves cinco anos de idade obteve por estar em contato direto com este meio. August, então, horrorizado por ver a irmã exposta em tantas bancas de jornal, locadoras e quetais, resolve exigir que todo o material pornográfico com a falecida irmã seja retirado -- nem que para isto se chegue às proverbiais últimas consequências.
Se Quentin Tarantino fosse dirigir um longa de animação, o resultado seria isto. Seja pelo apuro estético, seja pelo impacto da violência explícita ou de roteiro, é Kill Bill de ponta a ponta.
Faltaria a Tarantino, entretanto, certos momentos líricos presente na obra, que aspiram a tempos mais felizes: do sonho da gaivota ao personagem Multe, este o momento do conto de fadas no meio de uma história de terror, com abuso infantil, morte e sanguinolência, dando o silencioso tom daquilo que está certo ou errado (e sem encher o saco do público no processo, algo fundamental).
Dirigido por Anders Morgenthaler, dinamarquês já com algumas obras em seu currículo.
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