terça-feira, 15 de julho de 2008

Anima Mundi 2008 - Diário do Estúdio Aberto (11 a 13 de Julho)

Mais um ano, e já temos mais uma Anima Mundi. Como de costume, estou no estande 2D do Estúdio Aberto, explicando para várias pessoas como se faz o básico da animação no papel. Revejo o companheiro já de década, pelo menos, Alan, excelente pintor e artista plástico, também em nossa pequena luta. Além dele, Léo, de pelo menos já um ano e Camila, novata nisto tudo.

Três dias se passaram já, e tudo corre dentro do que conhecemos. Crianças e mais crianças curiosas para aprender, algumas afoitas, outras tímidas, outras sem a menor paciência mas que os pais estão doidos para que faça, e tratamos logo de esclarecer que a idade é mínima, e não máxima. Alguns pais e mães nessa hora sorriem, e acabam curtindo mais do que os filhos.

(E falando em idade mínima, é curioso a incidência de leoninos em nosso estande!)

Neste domingo, um senhor apareceu, uma figura rara, aro dos óculos feito de durex, ou que já recebeu tanto conserto que parece ser feito de durex, e quis saber como é. Expliquei. Ele queria fazer algo que, no frigir dos ovos, seria um show de slides, com figuras - ou ainda, no caso, frases - desconexas, sem um senso de desenvolvimento necessário na animação. Tentei uma solução de compromisso: ele escrevia suas frases, porém desenhava algo que fosse se deslocando a cada folha. Expliquei, ele entendeu, e fui verificar outros clientes, etc. Só o encontrei depois, querendo saber como digitalizar. Já havia dito que não tinha computador ou e-mail, e que apenas gostaria que sua animação fosse digitalizada. Eu o encaminhei à fila, mas ele acabou se desentendendo com a própria, disse que haviam passado à frente dele (o que foi contestado), entregou para mim os desenhos e tomou seu caminho.

Meio que para surpresa nossa, as tais frases eram como se fossem slogans pró-FARCs, e de animação, nada muito discernível. Bem, no estande somos apolíticos, claro. Mas nessas horas noto que, apesar de estarmos lá para tirar as dúvidas, parece que as pessoas não sabem expressá-las (por mais que perguntemos) ou mesmo que têm dúvidas.

Alguns 'reincidentes' foram vistos: fregueses nossos já fiéis, que começaram a aparecer no estande de maozinha dada com a mãe e agora estão de maozinha dada com a namorada. Alguns até já seguindo carreira na área.

Consegui ver algumas sessões. Duas delas de longa-metragens, 'Princesa' e 'Delgo'. Este último, uma animação 3D convencional, uma história de Fantasia para crianças, dá pra divertir. Já o primeiro (abaixo melhor resenhado) seria melhor definido como a animação que Quentin Tarantino faria, se resolvesse se aventurar no campo. Eu lembrei de Kill Bill direto. Como tal, não apenas tem uma história impactante na violência e exagero, mas graficamente é muito bonito, com uma bela mistura de técnicas.

Pretendi ir, segunda, na sessão no Oi-Casagrande. Mas acabei enrolado e enrolando.

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