domingo, 1 de junho de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal...

... nem creio que já ia deixando de comentar.

Há quem ache que é o mais fraco dos quatro, eu não tenho certeza, precisaria rever o terceiro, do qual não sou particularmente grande fã. Acho que em 89 o Spielberg genial dos filmes com maluco como 'Encurralado', 'Tubarão' e 'Contatos Imediatos do 3o. Grau' foi substituído pelo Spielberg família, pela-saco, cheio de concessões e babação, tudo em prol da família, nhenhenhé. George Lucas em 83 já demonstrava isso. Indi não mata ninguém de tiro, se não me engano, nesse filme.

O filme tem um excesso de gordura no elenco. Se comparado ao segundo filme ('O Templo da Perdição', que cada vez aprecio mais), que desliza apenas com três protagonistas, o filme tem que contar com Indy, Mutt (o jovem parceiro), Maryon (o interesse romântico do herói, com a diferença que é o antigo amor do primeiro filme, até tem umas cenas legais pra ela), John Hurt (como reserva moral geriátrica, talvez, como observou um amigo meu, em substituição a Sean Connery) e o cara que serviu de modelo pro Beowulf como traíra de plantão -- sendo que os três últimos pareceram desnecessários entre o meio e o totalmente.

É engraçado comparar com Máquina Mortífera 4, em que existe também ação, comédia, e procura um sentimento de família entre os personagens do elenco -- mas que não se preocupa em fazer concessões. Se não me engano o filme que apresentou Jet Li ao Ocidente, MM4 senta o dedo e quebra o pau como todos os demais da franquia.

Apesar do que, ainda é um filme muito bom de ação e aventura. Ainda é Indiana Jones. As mentiras estão lá, para pular na cadeira, para rir e para os obtusos acharem 'um absurdo'.

Uma característica interessantíssima dessa história é o investimento das lendas do Século XX: diferentemente de, por exemplo, o Cálice Sagrado, IJ IV investe em coisas como a queda do disco-voador em Roswell, o programa soviético de percepção extra-sensorial e os crânios de cristal do nome do filme, que certos médiuns afirmam que olhar em suas órbitas garante comunicação com entidades de esferas superiores ou quetais.

É um filme que faz a transição da 'era Pulp', da literatura de aventuras impressas em papel vagabundo das primeiras décadas do Século XX -- e de onde vem 'Doc Savage', 'O Sombra', e até mesmo 'Tarzan' --, para a Ficção-Científica, sua descendente natural. Já capta o clima de Guerra Fria e a paranóia anti-comunista americana, uma temática comum dos filmes do gênero durante os anos 50.

Tirando uma ou outra cena realmente desnecessária (o que foi aquilo com os malditos macacos?), continua sendo diversão garantida. Ainda deverei rever.

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