quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eu Amo o Butantã

É o nome do site para amparo à instituição científica, que sofreu um incêndio 15 de Maio, sábado último, e precisa de toda a ajuda possível. Boa parte da sua coleção de espécimes preservados se foi. O Butantã é uma instituição científica reconhecida como referência internacional em seu campo - o que não impede de estar caindo aos pedaços, como tantas outras, carecendo eternamente de verbas para tudo. O Butantã não foi parcialmente destruído, ele morreu, junto com parte da ciência deste país.

Não bastasse, não vi, pelo menos, um único político, dos que se dizem sérios aos oportunistas, lamentando a perda - desde que a fábrica de soro e vacina esteja intacta, como felizmente está, pra que se importar com bichos mortos, não é mesmo?

Não ajuda em nada as temerosas declarações do Dr. Isaías Raw, ex-presidente da Fundação Butantã, de que não se perde tanto assim: o importante é o sequenciamente genético dos espécimes. Bem, quem é do campo me assegura que isso é meio estúpido, uma vez que os estudos de morfologia dependem inteiramente de coleções assim. Até que se tenha um botão onde, apertando, surja um holograma baseado em dado código genético, ai sim uma coleção de espécimes será algo datado. Mas... isso não acontece hoje em dia, ceeeerto?

Fora o quadro maior: perde o Dr. Raw a oportunidade de ouro do silêncio, ao de, alguma forma, minimizar o incêndio em uma instituição científica brasileira. Ainda ouço o comentário, se bobear é apenas o primeiro, face ao desmazelo destas mesmas instituições.

Tudo errado, enfim. Tudo. Mas ai está o site, de qualquer forma.

UPDATE 3 de Junho: um depoimento de um de seus pesquisadores.

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