A verdadeira arte americana transcende os conceitos tradicionais de arte: cinema, dança, teatro, etc. Não, é algo que é todo deles, e que eles fazem com maestria impar. E está presente em blockbusters hollywoodianos, em peças da Broadway, lançamentos de foguetes, noticiários e na guerra.
A verdadeira arte americana é a do show. A do arrebate das massas. O 'Oooh!' e o boquiaberto coletivo. Insuperáveis. Isso está agora em evidência na política. Pra que tanta comoção pra se escolher um candidato? Que sistema político torpe é esse, em que se gasta uma grana obscena para pré-candidaturas, que dirá the real deal?
Agora Obama é branco e operário. Um feito impressionante para um senador negro formado em Harvard.
Pois é moça, falou curto e bonito. O que eu acho curioso é que a questão por trás da cor de Obama é mais complexo, mas que não fará diferença alguma. Primeiro, ele não é negro, ele é mulato. Ele é filho de uma miscigenação pouco tolerada naquele país, cuja lógica binária está cada vez mais sendo absorvida por esta nossa droga de país. Mas, ao mesmo tempo que isso potencialmente acende uma chama de discussão maior sobre a importância ou desimportância da cor de um candidato, e a que agenda isto serve, é igualmente irrelevante: não se aceita miscigenação naquele país. Ponto. É raro, é pouco e mal visto, e não se fala mais nisso.
É uma pena. Porque euzim aqui acho que é um feito maior ainda do que um candidato negro com chances reais de presidência.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
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2 comentários:
Não sei até que ponto a aceitação da miscigenação também não mascara um preconceito. "Eu não sou negro, sou mulato!"
Nós, por exemplo, não nos identificamos como latinos e fazemos questão sempre de dizer, na primeira oportunidade, "sou descendente de povo-europeu-X".
Preconceito é uma merda, não importa que roupa vista ou que idioma fale.
"Eu não sou negro, sou mulato!"
E hj em dia se vê o contrário aqui. Triste, toda vida, de qquer ângulo que se veja.
Curioso como passa, por antes de mais nada, auto-aceitação.
Enfim...
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