Quinta passada, no cineclube do MAM, aqui no Rio de Janeiro, passaram uma cópia de Sinfonia Amazônica (1951), de Anélio Latini Filho, que vem a ser o primeiro longa-metragem de animação brasileira.
Anélio foi um lutador, um exemplo do que foi, ao longo de quase todo o Século XX, a figura do realizador de animações no Brasil: um amador se aprimorando em troca de um trabalho ingrato, possuidor de uma paixão única.
Gastou cinco anos para realizar, solitário. Fez sucesso, mas o distribuidor o roubou, mostrando-lhe contas falsas da exibição em outras cidades - a despeito de cartas de fãs que chegavam de várias partes do Brasil, falando das filas nos cinemas. Tentou relançá-lo para captar recursos poucos anos depois, mas uma lei estúpida de então proibia relançamentos, para que novas produções pudessem ter a chance de aparecer nas telas. Iniciativa boa, prática desastrosa, como costuma ser de natureza do Estado. Nos EUA, animações como Branca de Neve são relançadas a cada 10-15 anos sem problema.
Na platéia, a presença de Horácio Young Jr., com seus 70+ anos, que conheceu Latini ainda vivo. Também é profissional de animação, e ainda atua. Emocionou-se ao ver o filme, que aliás vem sendo restaurado. Ano que vem deve sair em DVD. Um breve debate com a sobrinha de Latini, Claudio Bueno, restaurador, um cara do cineclube e os animadores Marcelo Marão e Marcos Magalhães, um dos diretores do Anima Mundi.
Bom ouvir Claudio Bueno, o responsável pela restauração, sobre como ele se envolveu com a obra, e o carinho que lhe dedica. A obra de Latini merece.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
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