domingo, 11 de outubro de 2009

O Segredo de Kells

Descolando um convite neste sábado, pela gentileza de um amigo, assisti no Festival Internacional de Cinema Infantil o longa animado O Segredo de Kells (Brendan and the Secret of Kells), uma co-produção belga-franco-irlandesa, ainda deste ano (blog da produção aqui, ficha do IMDB aqui). Do site do festival, a informação:

Em um mosteiro, o mais fantástico dos livros precisa ser concluído e mostrado ao mundo. Esta misteriosa tarefa é dada a Brendan, um menino de apenas 12 anos. Para completar o lendário livro de Kells, ele conta com os ensinamentos do mestre Aidan e com a ajuda de Aisling, uma misteriosa menina-lobo. E ainda desobedece ao seu amado tio, o Abade Cellach, se perdendo na floresta encantada onde a força de uma serpente diabólica protege o incrível olho de cristal. Mas este é apenas o começo da jornada para Brendan se tornar o mais especial dos escribas.

O que a sinopse não conta exatamente é que o filme inteiro se baseia em iluminuras medievais como tema - a confecção do tal livro - e como estética: todos os cenários (lindíssimos, estupendos) e personagens não apresentam perspectiva, apesar de certos momentos sugerir ambiente em três dimensões.

O Segredo de Kells: iluminuras como tema e estética.

Técnica mista, usando animação no papel, Flash e algumas modelagens em 3D, O Segredo de Kells apresenta o pequeno mundo do jovem Brendan como algo incerto e conflituoso: na Idade Média, uma ordem de monges monta uma pequena fortificação que defenda fugitivos dos impiedosos ataques vikings à região, abandonando mesmo sua vocação inicial, a de ilustrar e criar livros. Mistério e magia aguardam Brendan, enquanto ele alastra os limites de seu mundo, e dá vazão à mesma vocação que os monges acabaram por abandonar.

É muito curioso pensar como isto não foi um tema até agora de uma animação, ou ao menos não que eu conheça. A coisa mais próxima disto - e olhe lá - que conheço é uma versão animada da Tapeçaria de Bayeux.

Muito para minha surpresa, descobri ainda agora que o Livro de Kells realmente existe, e é um dos textos bíblicos mais belamente ilustrados na Idade Média, ainda que tenha ficado incompleto. É de origem irlandesa, com a arte local influenciando a arte do manuscrito.

Apesar de estar no FICI, cabe notar que este é um filme "para criancinhas européias", como brincou meu amigo: não é um filme leve, não há exatamente um ponto de alívio na trama... há uma tensão e uma tristeza de fundo, apesar de qualquer sucesso do protagonista.

Mas é um filme belíssimo, independente do que.

3 comentários:

disse...

Alguma notícia de veiculação desse filme pelo Rio de janeiro???

Não encontrei nada...uma pena!

Abraço e parabéns pelo texto!

Luiz Felipe Vasques disse...

Absolutamente nada, infelizmente!... distribuição, como sempre o maior gargalo...

Jacques disse...

Vi o trailer e achei esse filme interessante, tanto pela estética adotada quanto pela animação.
Vou ver se consigo assisti-lo.
Até mais.