segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Deixe Ela Entrar
Deixe Ela Entrar é um filme independente sueco de 2008, que conta a história de duas crianças em início de adolescência que vão construindo um entendimento, um relacionamento, um primeiro namoro. É um belo filme.
Deixe Ela Entrar também é um filme de terror, onde crueldade encontra inocência, e a corrompe lentamente. É um filme perturbador.
Ambas são formas de apresentar este filme, e são formas incompletas de defini-lo.
Há uma versão americana, que, é claro, só pode resultar em um filme óbvio, já a contar do trailer. Evitem-na.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
RED - Aposentados e Perigosos
Assisti RED ontem. Pipoca de primeira, com um elenco veterano que, dá a impressão, estão se divertindo horrores filmando aquilo.
Por elenco veterano, entenda-se, é com Bruce Willis, Helen Mirren, Morgan Freeman, Brian Cox e John Malkovich (impagável, rouba a cena), Richard Dreyfuss e, surpresa minha total, Ernest Borgnine, ainda vivo, mais veterano do que todo o resto.
A idéia não é nova: bando de "oldtimers" volta à ação pelo motivo x, e ainda mostra à nova geração como as coisas são feitas. Em 2000, Cowboys do Espaço era com Clint Eastwood, um elenco também de veteranos e a mesma premissa. Mais recentemente, Os Mercenários veio com o mesmo princípio, com Willis de quebra. Nos anos 80-90, os filmes de Jornada Nas Estrelas apresentavam a noção do "we are too old to this shit", como fizeram os filmes de Máquina Mortífera.
É o típico filme que se baseia na simpatia da idéia por trás dos personagens, que é garantida por carisma e talento de atores que todo mundo gosta de ver ou rever.
Pela nova geração, que sinceramente só está lá como escada para os verdadeiros astros (ao contrário do que se vê ocorrendo), Mary-Louise Parker e Karl Urban, este no inglório papel de opositor aos heróis. Urban, que vem fazendo filmes de ação, é uma nova promessa (já cumprida) do gênero. A troca de sopapos entre ele e Willis tem um quê de simbolismo, e é a melhor luta do filme. Confrontação de gerações mais gentil é o agradecimento "por tudo" de Willis a Borgnine, um senhor nonagenário, aliás.
De resto, é ver e se divertir.
sábado, 30 de outubro de 2010
Monteiro Lobato Censurável?
Bem, aparentemente, o Conselho Nacional de Educação acha que sim.
Eu não sei que tipo de téorico se faz passar dentro do CNE, mas, sinceramente, isso é de um retardamento atroz. Ao invés de aproveitar a chance de demonstrar como uma forma de pensamento muda através dos tempos, e instaurar um saudável debate na sala de aula, com guisa de - sabem, qual é mesmo a palavra... EDUCAÇÃO! -, preferem simples e simploriamente censurar As Caçadas de Pedrinho. Caçadas. De. Pedrinho.
Qual o próximo passo? Censurar Aristóteles, que era pró-escravatura? Trechos da Bíblia, que eram contra este ou aquele povo, ou prática religiosa? Heh. Embates futuros: Diversidade Religiosa x Tolerância Étnica, quem diria...
Eu acho que há coisas mais saudáveis a censurar, em termos de conteúdo pernicioso às nossas pobres e influenciáveis infantes mentes. Criacionice, por exemplo. Ou seu primo da cidade grande, o Design Inteligente. Acho que ambos deveriam ser prontamente censurados, ou ao menos os cursos, escola ou faculdade, que os apresentarem, terem a permissão do MEC ou o que o valha suspensas, até que o simancol brote ou a fé se afirme melhor do que isso.
Rindo amargamente aqui, não sei como ainda não meteram um viés ecológico contra o livro...
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Li numa tacada suas cerca de 300 páginas agora à tarde. Divertido e direto ao ponto, o livro escrito pelo jornalista Leandro Narloch se utiliza de vasta bibliografia para dessacralizar certos tantos mitos nacionais, históricos e culturais. O capítulo sobre o Samba me pareceu primoroso. O sobre negros e índios, também.
Ao final da introdução, o aviso:
Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles curiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.Tem razão. O capítulo sobre Dumont me pegou direitinho.
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. Editora Leya, 320 pp.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Bebericando...
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Tiririca
Um promotor paulista quer que ele prove que pode ler e escrever, porque, afinal,
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Ou seja, ainda há que submetê-lo a um constrangimento desses - não sei se ele entende isso. Mesmo se não entender.
Se houvesse menos pudores em se ferir certas sensibilidades, não se precisaria por o conhecimento de ninguém em cheque. Se houvesse mais critérios em se permitir candidatos, não terminaríamos com tantos candidatos sem critério.
Enfim...
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Gnugráficas...
O evento foi uma reunião de palestras e alguns minicursos de programas gratuitos, desenvolvidos originalmente para o sistema operacional Linux, mas que também são compatíveis pra PC e Mac. É uma comunidade engajada em divulgá-los e desenvolvê-los como proposta alternativa à licenças de milhares de dólares e, sendo gratuitos, são muito bom para, digamos, escolas e iniciativas pequenas que não têm como pagar. É um clima bem legal, estar no meio daquele engajamento todo, ver a paixão de quem organiza, ver as idéias que circulam e suas mentes pensantes. Os planos e propostas... é renovador.
De quebra, conheci o espaço lá. Sempre passei direto pela região, nem me toquei da Estação Leopoldina. É um espaço bonito, uma construção do final dos 1800. Um grande pátio com trens abandonados e um terminal mais moderninho desativado, matagal por todos os lados. É aonde funciona a escola de circo, pelo jeito. Descobri que lá se reúne um nicho, o da Associação de Ferromodelismo do Estado do Rio de Janeiro - sim, se você tem paixão por trenzinhos elétricos, lá é, definitivamente, o seu lugar.
Foi tudo bem interessante, enfim.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
The Spirit
Eu não sei por onde começar. Que erro, que erro.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
III Gnugraf
O evento será na Av. Francisco Bicalho, no. 3, a própria Estação Leopoldina.
Segue email de divulgação:
Esta semana começa GNUGRAF e neste ano ano será na Estacão Leopoldina nos dias 24/09 e 25/09, que cai numa Sexta e num Sábado.
Para quem ainda não conhece o GNUGRAF, ele é o primeiro evento de computação gráfica com software livre do Brasil, e está em sua terceira edição. O evento é totalmente direcionado para profissionais da área de Áudio, Animação, Vídeo, Produção Gráfica e do ano passado pra cá Design de Jogos. Serão apresentadas 16 palestras, com duração de 1 hora cada, e 12 minicursos, com duração de 4 horas cada durante todos os dias do evento. Ministradas por membros atuantes da comunidade de software livre, terão enfoque técnico e objetivo, visando o aprimoramento dos inscritos e o fortalecimento do software livre na cidade e no estado do Rio de Janeiro.
Dentre as novidades deste ano, o evento conta com o lançamento de duas tecnologias 100% brasileiras, uma é o VR Livre Estúdio, que é um módulo multimídia interativo, onde o usuário pode editar fotos, vídeos, som e muito mais numa interface amigável e bem intuitiva e a Lousa Interativa, que é um sistema que transforma qualquer datashow ou monitor em uma lousa digital.
Outra Novidade é a oficina e a palestra de Maquete Eletrônica, uma alternativa para construturas e empresas de projetos demonstrarem seus projetos em 3D usando um software poderoso: O BLENDER. Nessa palestra o palestrante irá demonstrar o uso do Blender na Arquitetura e discutirá sobre o softwares no Linux voltados para Arquitetura e Archviz.
O evento acontecerá nos dias 24/09 a 25/09 na Estação Leopoldina, Avenida Francisco Bicalho, 3, centro, rio de janeiro das 08:00h às 17:00, entrada franca.
Maiores detalhes acesse http://gnugraf.org/.
Luzes da Cidade
A sequência de gags, quase como um sketch após o outro, contando as desventuras do Vagabundo para ajudar uma jovem e pobre florista cega por quem se apaixona, ainda faz rir quase 80 anos depois. Ao mesmo tempo, penalizamo-nos por ele, passando por várias situações para protegê-la. E a música, claro, é igualmente imortal.
Tem um dos melhores finais no cinema de todos os tempos, do tipo em que poucas, ou nenhuma (mesmo sendo um filme mudo) palavras são ditas. A sacada da mão é genial, genial. Não sabemos o que acontece depois do reconhecimento. Sob um certo aspecto, não precisa.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Voto Aberto & Extrato Parlamentar
Fica a dica.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
O Horror...! O Horror...! - IV
Eu acredito em multas, pesadas, contra este tipo de coisa, e vá recorrer no diabo. Achar irônico quem promete melhorar a educação e não dar trela para este tipo de coisa. Pessoas podem não acreditar no candidato, mas tendem a acreditar na 'bola de cristal', em que "eles" têm responsabilidade ao escrever algo, logo, deve ser assim que se escreve. Canais de televisão, idem. Multa. É no bolso que dói, correto? Pois.
Fora isso, a fauna campeia...
sábado, 28 de agosto de 2010
Combates Urbanos: Mercadante x Tiririca
Mas ai Aloizio Mercadante se manifestou e disse que a do, hm, humorista Tiririca é anticandidatura, ia recomendar que a retirassem. Mercadante é que é político exemplar, ergo, tem a veia moral para decidir o que é e o que não é.
Mas ai...
Artigo 14o. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:Constituição de 88, filho. Chupa. Qualquer um, ou quase, pode se candidatar. Ser tosco não é motivo para se impugnar. Acharam bonito essa demagogia na época, não? Muda esta merda antes, e ai estabelece-se um critério de faxina dos horrores, ao invés de autoritariamente decidir quem é e quem não é belo e digno.I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
Mesmo se você for Aloizio Mercadante, infelizmente.
Aliás... estas eleições tão com um arzinho de censura rolando por ai, ou não?
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
IV Semana de Quadrinhos da UFRJ
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Animaldiçoados - Festival de Animação de Terror
O Animaldiçoados acontece no Rio de Janeiro, no CCFJ - Centro Cultural da Justiça Federal (08 a 12 de Setembro) e em São Paulo, na Reserva Cultural (17 a 23 de Setembro). Para aqueles que não poderão ir, nós do Animação S.A. estaremos por lá fazendo uma cobertura completa de tudo que for acontecer no festival.Mais detalhes clicando aqui.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
II Encontro de Produtores de Animação
Eu e o Paulo Luna estamos promovendo o Segundo Encontro com Produtores de Animação do Rio de Janeiro. É uma oportunidade para quem quiser ter uma visão do que está acontecendo e do que virá a acontecer no Rio no que diz respeito a animação. Por favor, divulguem para suas redes.
O evento será dia 14 de Agosto, às 10:00 horas, na UVA Barra, pertinho do Barra Shopping.
Participantes que já confirmaram a presença:
Alexandre Bersot (premiadíssimo animador autoral);
Andrés Lieban (Diretor de Animação e Criação da 2D Lab (produzindo a série "Meu Amigãozão");
Felipe Taveres (Produtor de Animação do Copa Studio (produzindo a série "Tromba Trem");
Marão (premiadíssimo animador autoral).
Desde já agradeço ao Gabriel Cruz pelo apoio.
No Globo Online
http://oglobo.globo.com/blogs/
No Jovem Nerd
http://jovemnerd.ig.com.br/
--
Paulo Marcos Figueiredo de Andrade
Doutorando em Computação - UFF
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Anima Mundi 2010
Vi poucas sessões, infelizmente, e do que vi, posso recomendar menos ainda. A premiação do Anima Mundi Rio de Janeiro saiu no blog do festival, e, coincidentemente, parte do que está lá estava nestas sessaões. Comentários rápidos:
La Dama y la Muerte - vencedor do júri popular, uma divertidíssima comédia 3D feita na Espanha. Um detalhe obscuro: a música no início é a mesma da cena final de Dr. Strangelove, do Kubrick.
Eu Queria Ser Um Monstro - Melhor Curta Brasileiro, de Marcelo Marão, com stop motion e desenhos animados. Uma homenagem muito bacana a um pai, no fim das contas. Vale ver como os bonecos do stop motion, setor do Pedro Iuá, captaram tão bem o jeito do desenho do Marão.
Mobile - alemão, ganhou Melhor Filme de Estudante. 3D divertido e rápido.
Videogioco A Loop Experiment - italiano, ganhou Melhor Animação pelo Juri Profissional. Muito interessante, sim, juntando animação no traço e stop-motion.
The Lost Thing - Melhor Trilha Sonora pelo Juri Profissional. 3D puro. Melancólico, talvez um pouco longo demais. Mas simpatizo com o tema. Em um mundo banal e ordenado, como encaixar aquilo que não é classificável?
Dos meus gostos pessoais, do que me toca em especial, eu reservo os dois últimos comentários.
Der Kleine und Das Biest - alemão, ganhando Melhor Roteiro do Juri Profissional. Técnica 3D simulando desenho 2D; ele conta, sob a ótica de uma criança, o que é ter a mãe virando fera, em uma bela - por incrível que pareça - história de separação e superação. Alemães. O que há com eles? Ou é o devorador de salsichas da oktoberfest, ou é o povo capaz de executar obras como esta ou Adeus, Lênin. Não há meio termo.
Madagascar - Carnets des Voyages - francês. Sabem quando é feito um caderninho de viagens, em que um monte de coisas você anota, guarda ou registra em algum lugar? Passagem dum ônibus local, conta de bar, rótulo de garrafa que só tem lá, fotos, sketchs, além de filmes ou simplesmente memórias? Esse filme aproveita a diversidade das memórias e constrói, utilizando diversas técnicas de animação, uma narrativa em cima disso, em uma linguagem de videoclip, onde dificilmente um take leva mais do que dois segundos ou o que o valha na tela. 3D, stop motion, 2D, pintura... e não exclusivamente, ou seja, usando e abusando misturar as técnicas em um resultado belíssimo. O prêmio do Júri Profissional de Melhor Direção de Arte foi pra lá de merecido.
É isso. Nas minhas idas e vindas ao festival levei A Sorte dos Girinos, do meu prezado Carlos Patati, e O Centésimo em Roma, do meu igualmente Max Mallmann. Resenhas, espero, em breve.
E agora é descansar e... Anima Mundi 2010 - São Paulo edition! :)
terça-feira, 29 de junho de 2010
Ajuda às vítimas das enchentes do Nordeste
Doações em dinheiro
Conta da Cruz Vermelha nas instituições com maior penetração no Nordeste:
Caixa Econômica Federal
Ag.: 3281; Operação: 003; C/C: 300-1
Banco do Brasil
Ag.: 3515-7; C/C: 11024-8
Banco do Nordeste
Ag.: 016; C/C: 29393-8
Outras doações (alimentos, roupas e mantimentos)
Agências do Banco do Nordeste
Lojas de atendimento da Coelce
O POVO
Avenida Aguanambi, 282 – José Bonifácio
Fone: (85) 3255 6101
TV Jangadeiro
Endereço: Av Antônio Sales, 2811, Dionísio Torres
Secretarias Executivas Regionais (SERs) de Fortaleza
www.fortaleza.ce.gov.br
Corpo de Bombeiros do Ceará
Fones: (85) 3101 2227, 3101 1078, 3101 2018, 3101 2018, 3101 5662 ou 3392 1195.
Sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL)
Endereço: Rua 25 de Março, 882, Centro
Sede da Federação das Indústrias (FIEC)
Endereço: Av. Barão de Studart, 1980, Aldeota
Rede Bancária
Agências do Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal
Outros estabelecimento
Casas lotéricas, Agências dos Correios, Supermercados Extra e Supermercados Pão de Açúcar
Núcleos do Serviço Social da Indústria (SESI)
www.fiec.org.br/sesi
Cruz Vermelha
Endereço: rua Dr. José Lourenço, 3280, Joaquim Távora
Aberto das 9 às 17 horas
Telefone: (85) 3472 3535
1910 - O Primeiro Vôo do Brasil
Lançado pela editora Aleph, o livro fala sobre o primeiro avião construído e pilotado em solo sul-americano, em 1910. Como se espelhando Dumont, o aparelho foi feito por um francês, radicado no Brasil, depois que seu pai se mudou para cá. Mais detalhes no blog do Diário de um velho Helimodelista.
Tem lançamento hoje em São Paulo na Saraiva do Shopping Paiva Paulista e dia 1 na do Supershopping Osasco. Pra turma da terra da garoa, pode ser uma boa.
domingo, 27 de junho de 2010
Filmes de ultimamente...
Baseado na série que passava no SBT, e que hoje em dia pode ser vista no TCM na Net; o filme resolve contar a origem do grupo de elite militar perseguido por um crime que não cometeu, assim como tantos cacoetes típicos da série, como porque B. A. tem tanto pavor de voar, especialmente com Murdock ao manche. O filme é de uma simpatia fenomenal, eu que nunca liguei para a série fiquei com vontade de vê-la. Ver Liam Neeson no papel do Coronel Hannibal é estranho e gratificante, uma vez que ele sorri pela primeira e várias vezes na tela grande desde não sei quando. Dá pra ver o George Peppard, que encarnou o papel original, facilmente ali. Tiros, explosões, efeitos fenomenais, mentirada sem fim (alguém tem dúvidas de que um tanque de guerra possa voar?)... ainda tem a Jessica Biel sendo bonitinha. Apesar dos níveis de testosterona, é diversão para toda a família. Ao final dos créditos tem duas cenas desconexas, apenas para por dois do elenco original (Murdock e Cara de Pau) fazendo alguma besteira.
Fúria de Titãs
Liam Neeson de novo, aqui encarnando Zeus, chefe do panteão grego. Mas podia ser Neeson como podia ser qualquer um outro; esta refilmagem realmente não acrescenta nada, em termos de história, em relação ao filme original dos anos 80. Sam Worthington, recém-saído de Avatar, está tão expressivo quanto. Aliás, por alguns momentos me pareceu algo vagamente parecido, com o herói improvável tomando as rédeas de acontecimentos revolucionários. Os efeitos digitais, dã, são incríveis, eu vi em 3D, e... mas... cri-cri-cri... O filme ainda tem Polly Walker, a eterna Atia dos Julii em Roma, infelizmente surgindo apenas para morrer em seguida. Algumas tetéias bonitinhas e igualmente anônimas, e... hum. Vão ver Esquadrão Classe A.
Bitch Slap
Filme tosco, com a intenção de. Feito por parte da equipe da produção, nos anos 90, das séries Hércules e Xena – a Princesa Guerreira; Bitch Slap parece querer responder a uma pergunta que eles mesmos fizeram, e se Quentin Tarantino e Robert Rodriguez quisessem fazer um filme B? Ou ainda, como seria um filme B mesmo para Tarantino & Rodriguez? O resultado é esse carnaval de clichês de violência e decotes gratuitos em câmera lenta. No melhor espírito da brodagem, temos Kevin Sorbo e Michael Hurst mais Lucy Lawless e Renée O’Connor, das séries acima citadas, fazendo papéis mais ou menos significativos.
Kick Ass – Quebrando Tudo
O filme capta uma certa falta de noção / inocência pueril de meio de adolescência, girando sobre o que é necessário ser um super-herói, e exatamente um guri que se mete a besta – e só se arrebentando no processo. Poderia ser alguma espécie de fábula sobre a inocência e o quanto pode se custar para manter a crença naquilo que se acredita, mas... não. Dali a tanto, entendemos que o herói improvável é apenas um mero fio condutor para uma história mais complexa (nenhuma surpresa, até ai, haja vista clássicos como Chinatown, que usam a mesma abordagem), envolvendo heróis mascarados já na ativa. E somos introduzidos à HitGirl, e nada mais importa no filme. Assistam. É uma abordagem não-corriqueira do tema super-heróis, o roteiro é de Mark Millar, veterano dos quadrinhos (e finalmente sua verborréia encontra uma mídia adequada), embora, na minha opinião, tenha um jeitão de Frank Miller aqui e ali, no andamento, enquadramentos... claro, o Nicholas Cage parecendo o Batman com uma guriazinha mascarada do lado só fazem lembrar do clássico O Cavaleiro das Trevas, de 85. Não recomendo para a criançada.
Toy Story 3
O terceiro encerra, ou ao menos assim entendo, o tema dos brinquedos animados, com piadas engraçadíssimas, aventuras, humor politicamente incorreto (como isso faz falta!) e um final bastante disneyano, derrubando muita gente crescida, sendo apenas aqui, e isso talvez, um pouco longo demais – ou não. É uma despedida e uma despedida, afinal. Destaque para You got a friend on me cantado em espanhol pelos Gipsy Kings – é, isso faz parte de uma piada.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Pêsames culturais...
Como em uma amarga metáfora da situação da cultura brasileira, o esgoto inundou duas livrarias, aqui no Rio de Janeiro. E uma delas, logo qual.
A Da Vinci é uma tradicional livraria no Rio, que trabalha muito com livros importados. Acho que não há ninguém que eu conheça não tenha comprado ou pedido um livro por lá. O tema, à escolha, ou assim me parece.
A Berinjela fica logo ao lado, inaugurou uns 10-15 anos atrás. Um sebo, muito bacana, que, com a Da Vinci, formam um pequeno baluarte de arte e cultura no subterrâneo de uma galeria da av. Rio Branco.
Depois de Alcântara e do Butantã, a Conspiração do Emburrecer prossegue. O que nos resta? Talvez Tennyson tenha a dica.
“Though much is taken, much abides; and though
We are not now that strength which in old days
Moved earth and heaven; that which we are, we are;
One equal temper of heroic hearts,
Made weak by time and fate, but strong in will
To strive, to seek, to find, and not to yield.”
- Ulysses
And not to freakin' yeld.
UPDATE: Havendo contatado a daVinci, eles responderam que tanto eles quanto a Berinjela estão trabalhando normalmente.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Eu Amo o Butantã
Não bastasse, não vi, pelo menos, um único político, dos que se dizem sérios aos oportunistas, lamentando a perda - desde que a fábrica de soro e vacina esteja intacta, como felizmente está, pra que se importar com bichos mortos, não é mesmo?
Não ajuda em nada as temerosas declarações do Dr. Isaías Raw, ex-presidente da Fundação Butantã, de que não se perde tanto assim: o importante é o sequenciamente genético dos espécimes. Bem, quem é do campo me assegura que isso é meio estúpido, uma vez que os estudos de morfologia dependem inteiramente de coleções assim. Até que se tenha um botão onde, apertando, surja um holograma baseado em dado código genético, ai sim uma coleção de espécimes será algo datado. Mas... isso não acontece hoje em dia, ceeeerto?
Fora o quadro maior: perde o Dr. Raw a oportunidade de ouro do silêncio, ao de, alguma forma, minimizar o incêndio em uma instituição científica brasileira. Ainda ouço o comentário, se bobear é apenas o primeiro, face ao desmazelo destas mesmas instituições.
Tudo errado, enfim. Tudo. Mas ai está o site, de qualquer forma.
UPDATE 3 de Junho: um depoimento de um de seus pesquisadores.
sábado, 22 de maio de 2010
Downey Downey
Assisti, no intervalo de seis dias, Sherlock Holmes e Homem de Ferro 2. Sensacionais, sensacionais. Robert Downey Jr. deve estar se divertindo horrores. Meu medo é que seja só isto, vindo dele, daqui por diante: encarar o narcisista insuportável cheio de tiques e que todo mundo, forçosamente ou não, adora. Não há tantas diferenças assim entre seus Sherlock Holmes e Tony Stark - sendo franquias em desenvolvimento, com continuações previstas.
Ambos os personagens têm problemas com algum vício (Stark, ao menos nos quadrinhos). Ambos foram criados sendo gênios em seus campos, e, embora Holmes aqui tenda a ser um grande recluso com problemas de se relacionar com pessoas, Stark simplesmente ama a atenção; ambos têm um ego à altura do talento. Falam rápido, atropelam outras falas, ou a si mesmo, vão do maior personagem que domina a cena para alguém que você tem pena em segundos, daí para um cretino completo, e de novo.
Typecasting: não é diferente de atores de grande talento como Al Pacino, que parece que só fala dando bronca, ou Robert De Niro, idem, mafioso canastrão. A máquina devora.
Tirando isso, ambos os filmes são imperdíveis: Sherlock Holmes reinventa um pouco o universo de Doyle, e entendo que alguns tantos puristas reclamaram. Não poderia dizer, li poucos livros de Sherlock Holmes e há muito tempo, e a imagem que eu tenho - e decerto muita gente, inclusive os puristas - do detetive é a de Basil Rathbone interpretando-o em 14 filmes em preto e branco, com o Dr. Watson sendo um simpático velhinho. Rathbone era a dignidade à toda prova, a calma intelectual certamente apropriada para o Maior Detetive do Mundo - um inglês, claro, em plena época vitoriana, na Inglaterra industrial e científica - poder resolver seus casos intrincados. Corre-corres e explosões são ungentlemanish, se é que essa palavra existe.
Basil Rathbone, o eterno Sherlock Holmes.
E ai vem Guy Ritchie.
Falando no que, aliás. Filmes totalmente anti-fidalguia inglesa, como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch - Porcos e Diamantes, mostram uma Londres que nada tem para turista ver, uma Londres de marginais, mafiosos violentos, pequenos golpistas, ciganos, contrabandistas, mercenários russos, todos com sotaques e excentricidades - há tiradas inesquecíveis - de modo geral. Apesar destes dois filmes seguirem uma mesma fórmula - na minha opinião, consagrada em Snatch - eles são divertidíssimos, com diversas linhas de narrativa correndo em paralelo até um fim em comum, em que os protagonistas - caso sobrevivam - não têm bem certeza do que diabos acontece. Filmes para se ter na coleção. Um casamento que parece que enterrou sua carreira depois, ele tenta ressurgir com Revolver, que segue a mesma linha, mas sendo um drama, e não a comédia de antes, e depois Rocknrolla, que parece que é ele imitando a si mesmo. Divertidinho, mas sem o brilho dos dois primeiros filmes.
Quando eu soube que ele iria dirigir o próximo filme de Sherlock Holmes, titubeei, exatamente pela imagem rathbonesca na cuca. Mas, que diabos, vamos ver, eu reservo meus purismos para outras catástrofes. E achei resultado foi excelente: é a Londres de Ritchie, ainda que verde, digital e vitoriana. Os capangas excêntricos estão lá, assim como as cenas de luta, violentas e sujas, agora com o auxílio de modernas câmeras digitais. O humor rápido, cínico e ácido também.
Em pé de igualdade de Downey está Jude Law, elevando o Dr. Watson a um pé de igualdade. Eu não pude deixar de lembrar da série House, em que o protagonista - inspirado parcialmente em Holmes, aliás - tem também um talentoso porém humanamente limitado amigo/sidekick, o dr. Wilson. Entretanto, Law inventa um Watson o qual "sidekick é o cacete" e que não leva desaforo pra casa, embora a relação conflituosa aqui lembre muito a dos personagens desta série. O resto do elenco não faz feio, mas também não se destaca particularmente: Rachel McAdams fazendo uma Irene Adler mais voluntariosa e Mark Strong sendo um vilão cujo aspecto lembra muito o Drácula de Bela Lugosi, com uma gola alta do capote fazendo a capa do velho Conde, e os cabelos puxados pra trás - hum... e que volta dos mortos. :)
A conclusão da história, já com tudo engatilhado para uma sequência, mais do que mera sugestão, encerra muito bem. Fãs de Sherlock Holmes ou casuais interessados, assistam.
Em Homem de Ferro 2, temos uma sequência muito boa, porém eu ainda acabo preferindo o primeiro. Em inglês, esta crítica aqui levanta questões apresentadas que foram mais contadas do que demonstradas (o que os americanos chamam de "show, don't tell"), e por que isto enfraquece o filme. Achei uma crítica interessante, vale à pena ler.
Mickey Rourke e Sam Rockwell jogando pelos inimigos estão ótimos, mas Gwyneth Paltrow me pareceu sobrando, especialmente com a aquisição da dona moça ai de baixo, no papel de Natasha Romanoff, a Viúva Negra, personagem da Marvel, originalmente espiã desertora soviética e, é claro, Action Girl residente. A "Pepper" de Paltrow se resume à mocinha indefesa que, por mais que seja parte muito importante do drama de Tony Stark em não ser Tony Stark, coisa que ele aliás ama mais do que a própria vida... ela ainda precisa ser resgatada.
Os narcisistas irrecuperáveis - todos eles - de Robert Downey Jr. nos dão ótimas horas de entretenimento de primeira linha, ótima diversão, para fãs e casuais. Novamente, espero que sua carreira não se resuma a isso. Mas que venham as sequências!
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Procurada Vera Lúcia Sant'anna Gomes
Cartaz do Disque-denúncia para a procurada Vera Lúcia Sant'anna Gomes por vários crimes, entre eles tortura!
Quem nunca entrou no site deles, vale a pena!
Retirado do Mausoléu do Gárgula.
UPDATE: E ela se entregou, nesta mesma quinta-feira.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Editora Aleph pede sugestões
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Comentários de obras de FC/Fantasia/Terror/etc...
terça-feira, 4 de maio de 2010
Moça com Brinco de Pérola
Moça com Brinco de Pérola é um quadro de cerca de 1665, pintado pelo holandês Johannes Vermeer (1632-1675). Não fez muito dinheiro, nem tanta fama quando vivo, deixando a família endividada após sua morte. Seus quadros foram apreciados somente mais tarde, e sua técnica e composição reconhecidas como as de um verdadeiro mestre da pintura. O apelido de Mona Lisa holandesa se deve à expressão não exatamente clara, em suas emoções, que pode ser vista no quadro.
Em 1999, a autora Tracy Chevalier, especializada em romances históricos, escreveu um livro sobre o autor e o quadro, explorando questões sem resposta sobre quem seria a modelo, por exemplo, e sua relação com o pintor.
Em 2003, o romance virou filme, dirigido por Peter Webber, com Collin Flirth e Scarlett Johansson. Conhecia de ouvir falar, não tinha visto até ontem de madrugada. Foi uma surpresa completa.
O filme leva, visualmente, a padronagem de cores e luzes típica das obras de Vermeer. É daqueles casos que parece que o diretor de arte ou de fotografia tomas as rédeas da direção. Em geral, isso torna filmes chatos e longos. Neste filme, entretanto, apesar de cada cena parecer ser um estudo de Arte, tudo é calculado e proposital. Não é um filme de ação, não é um filme de palavras: mas de luz, sombra, cor e sentimentos.
A modelo real do quadro é uma figura anônima. Entra Griet, moça humilde que, para ajudar nas finanças de sua casa, depois que o pai é acometido por cegueira, torna-se empregada em uma família de certas posses. É a família de Vermeer, com esposa, vários filhos, e uma sogra dominante, viúva, que toma conta das finanças da casa. Vermeer é apresentado como sendo ausente, absorto por sua arte. Nada mais lhe parece interessar muito. Há uma tensão no ar, especialmente em se tratando de questões financeiras. Griet apenas é mais uma empregada na casa, tenta não se envolver em nada, parece que não respira na maioria das vezes, temendo em importunar, ou, como sempre ocorre, ser repreendida.
Aos poucos, surge uma relação com Vermeer, tornando-se sua assistente, e demonstrando interesse e compreensão sobre todo aquele mundo em que o pintor vivia, sozinho até então. Cabe notar que são dois personagens que quase não falam, se comparados aos ao redor, salvo quando entre si - e ainda assim, não muito parece ser requerido.
A história corre para longe do estereótipo, onde esse tipo de comunicação e diálogo leva a romances físicos. Não, é de sutil sensualidade. É uma relação em segredo, como uma traição: o aprendizado da moça é mantido em segredo, para não antagonizar a esposa. A nudez de Griet está em seus cabelos. E o auge de tudo é a pintura do referido quadro, em que o brinco de pérola é dado a ela, como detalhe final para a confecção da pintura, com ela já posando - a cena dele furando sua orelha, que nunca havia feito, é particularmente significativa. E o brinco é da esposa, que de nada sabe... e com a sogra encobrindo.
Agora, dêem uma boa olhada nesta foto de Scarlett Johannson:
Timidez não é o caso, correto? Pois é. Olhem agora.
Michael Caine disse, em entrevista, que o que difere o "astro" do grande ator é que o primeiro amolda o personagem à sua imagem, enquanto que o segundo faz o contrário: amolda sua imagem ao personagem. Johannson já havia feito uma "girl next door" sem nenhum problema em Lost in Translation (também em 2003, Sofia Coppola) em um papel que, por motivos diferentes porém legítimos dos de "Moça...", angaria simpatias do público. Em 2004 ela chegou a ser indicada para Melhor Atriz pelo Globo de Ouro, e não ter ganhado foi simplesmente uma injustiça - para não dizer concorrer aos Oscar de Direção de Arte - Cenário, Cinematografia e Costume Design, todos devidamente arrebatados pelo furacão de O Senhor dos Anéis quando não O Mestre dos Mares).
Atualmente podemos vê-la em filmes que não dependam tanto de sua capacidade artística quanto de seus dotes - wink, wink. Enfim, é a máquina.
Fica, então, o resultado de se ver talento em um dito filme extremamente artístico. Uma experiência enriquecedora. Altamente recomendado.
sábado, 10 de abril de 2010
E o que mais dizer...
Destaco um trecho que... se isso aqui não é uma forma de crime, nada mais é:
E as pessoas retirando a terra de cima de suas casas – mas o Estado colocou bombeiros para limpar o Maracanã, afinal não se podia adiar o jogo do Flamengo.O Morro do Bumba era um lixão aposentado - vejo, no telejornal, que o lixão quando ativo havia sido registrado em um documentário de 1980 chamado L. X. O., de Rogério German, que assombrava as sessões de cinema na época da obrigatoriedade do curta brasileiro. Um grande morro feito de lixo, como revela a matéria negra pelas fotos de qualquer jornal, com chorume escorrendo solto.
Todo maquiado, entretanto: uma rua asfaltada. Títulos de propriedade. A favela que era integrada. O prefeito Jorge Roberto da Silveira, é claro, dizia que não sabia de nada, sobre ser uma área instável... como se o bom-senso não dissesse nada sobre se morar. Em. Um. Lixão. Porra.
Logo adiante, a comunidade no Morro do Céu, com história e ameaças similares...
Coisas de nossa direita insensível e, socorro, nossa esquerda salvadora. A prole de Brizola continua à solta, mesmo depois da morte do vampiro-mor. No Rio, o prefeito Eduardo "Eu-votei-no-outro-cara" Paes toma medidas de remoção de áreas de risco (até que ponto isto não é um critério político, mais do que técnico?) no grito, após o cocoréu ter rolado encosta abaixo, e não antes. Ao menos tomou alguma iniciativa. Canhestra, oportunista, meio tardia. Mas tomou.
É como me dizem, com muita propriedade: O Brasil precisa de um governante que não tenha medo de não ser amigo de ninguém. De ser antipático. De dizer NÃO.
Claro que a remoção de áreas de encostas envolve diversos dramas: quem lá mora tem sua vida montada nos arredores, é de se supor: trabalho, amigos, família. O fantasma da Cidade de Deus surge toda a vez que o assunto da remoção é tratado, pois ao invés de um projeto urbano de desenvolvimento, tornou-se um distante depósito de gente pobre, e futuro grande bolsão do crime. Mas claro que, para se tratar de um projeto urbano, tem que haver continuidade além de um mero mandato de 4 anos, e a miopia proposital da política impede disto. Não é só desalojar, é realojar, com a capacidade de transporte, saúde, TRABALHO, educação... criar mais uma parte da cidade, tão completa (se tanto...) quanto o resto.
E ai, é claro, porque o buraco sempre é muito mais embaixo... a população das favelas continua sendo, em boa parte, de oriundos dos estados do Nordeste, chamados pela promessa de melhoria de condições de vida? Caso sim, o problema começa a ter que ser resolvido por lá. E a partir do momento em que favelas são urbanizadas e títulos de casas finalmente concedidos, a migração só faz piorar.
Entre outras questões: o que ainda falta para o Rio decretar estado de calamidade pública? Niterói já decretou. Será que cai assim tão mal para a cidade da Copa do Mundo e Olimpíadas?
Por último, ouço do mesmo amigo: medidas preventivas são mais difíceis de camuflar o desvio de verba, do que as medidas de emergência. Torço para que ele esteja errado.
Para quem quiser ajudar as vítimas em Niterói, dois links: aqui e aqui.
quarta-feira, 17 de março de 2010
E por falar em nivelar por baixo...
Mas não. A idéia é sacrificar alguns votos no SE, que até imagino não sejam poucos, para assegurar que o machismo brasileiro, no N e NE, não atrapalhe o sucesso da campanha presidencial de uma mulher.
Dizem-me que, apesar do frio intenso, em Montreal ele é seco, o que o torna bem mais suportável. Tentador, tentador. Cada vez mais.
Enfim...
Nivelando por baixo, como sempre...
Em resumo: há um projeto de lei tramitando para que se extingua o exame da OAB. Sim, será o império dos rábulas. Segue o texto:
Sempre achei estranho algum fator externo à uma faculdade auferir ou não um título qualificador - isto não já estaria embutido em um diploma? Achava até meio autoritário, por parte da OAB. Mas até ai, nossa sociedade civil se amarra mesmo num tacape... voltando ao assunto: a partir do momento em que um índice de reprovação é de 70%, isto não é uma forma de separar o joio do trigo? E ainda, não é uma forma de avaliação das próprias instituições de ensino de Direito? Porque então não pegar no pé da base, ou seja, fazer ter certeza que um estudante de Direito realmente esteja se diplomando por mérito, e não por carregação em alguma fábrica de diploma, apenas pra mamãe e pro papai dizerem "bem, pelo menos está formado"?Na justificativa do projeto, Gilvam Borges - que se encontra licenciado - argumenta que o exame é injusto, uma vez que uma grande quantidade de pessoas fica fora do mercado de trabalho, pois os índices de reprovação chegam a 70% do total de candidatos.
O exame da Ordem foi instituído em 1994. O objetivo é selecionar, pela aferição de conhecimentos jurídicos básicos, os bacharéis aptos ao exercício da advocacia.
É triste.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Novo livro de Max Mallman!
Sempre gostei do que li dele... tem duas impressões minhas sobre seus livros anteriores, Zigurate - uma fábula babélica e Síndrome de quimera, no site do e-nigma.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
E ai a França vem...
Comentando isto agora a um amigo meu, I've mixed feelings about that.
A mensagem é clara: não estamos a fim de aturar medievalismos religiosos. Acreditem, nós sabemos o que é, em primeira mão. Não vamos fazer vista grossa. Não tem veja-bem.
É a mesma França que proibiu, em escolas públicas, a presença não somente de crucifixos nas salas de aula, como em alunos, quipás em judeus, véus islâmicos em moças muçulmanas.
Não sou versado em Direito, muito menos francês... mas acho que a França parece ampliar a noção de proselitismo religioso para qualquer símbolo carregado à plena vista. Mas isto não é proselitismo, isso é apenas a escolha pessoal de um indivíduo. Claro, a esposa do cavalheiro acima em questão, eu não sei o quanto de escolha ela teve, ou ela acredita que teve. Mas, de qualquer forma, isto é fazer o Estado se meter na vida do indivíduo. De exceção em exceção, bem...
Ao mesmo tempo, imagino que deva ser desagradável ver, em seu dito moderno país ocidental, uma mulher desfilando como se tivesse saído de um filme como Guerra nas Estrelas ou O Quinto Elemento, e por um momento acreditar: será que isto será o padrão, daqui a pouco? Uma mulher ocidental vendo aquilo, será que não estará vislumbrando o que lhe reserva "algum dia"?
E ai outra questão: é, de fato, pelos princípios da República, ou nesta bala tem um nome gravado? Há comportamentos em outras religiões não muito lisonjeiros: se não geralmente em termos específicos, a mulher de um rabino não deve falar com outros homens, ou falar o mínimo possível. E ai, como fica? Ou demonstrações homofóbicas vindas de vertentes cristãs, isto significa que esta ou aquela igreja será fechada?
O que me faz pensar, como disse meu camarada: até que ponto alguém vindo de fora não deveria se acomodar aos costumes do país que o recebe? Mas ai eu pergunto, até que ponto o país que recebe alguém tem o direito de dizer a este como deve ou não se comportar?
Claro que há leis, quando se chega ao tal país, e nem se discute se deve-se ou não obedecê-las. Ir a outro país não significa subsidiar seus cacoetes pessoais com as benesses da nova terra; e antes que alguém diga "tradição", por favor: nessas horas tradição é apenas um outro nome para um erro que se perpetua por séculos, quando não, milênios.
A resposta mais rápida para tudo isto, ao que parece crer a França e alguns aspectos de nossa legislação, é que a saída é ser intolerante com os intolerantes. E ao combater os monstros, cuidado para não se tornar um deles, imagino. Mas por ser a resposta mais rápida, como é em casos complexos como este, imagino o que se perca no caminho.
A resposta mais complexa, a mais trabalhosa e, provavelmente, a mais correta, talvez seja esta aqui. Anglófonos only, desculpem. Mas em essência, a idéia é: não se impõe nada a ninguém. Persuade-se, se tanto. A luta é pelos corações, e nenhum tribunal poderá dar ganho de causa neste terreno.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
BioBlog - o Diário de Biologia
Devidamente bookmarcado.