Há tempos atrás, vi, em uma grande instituição de ensino, de cursos destinados a um público adulto, uma professora levantar bandeiras contra um texto de Monteiro Lobato disponibilizado, por apresentar termos racistas. Contra-argumentei, se em um meio adulto as pessoas não podem ser expostas a isto, qual o próximo passo? Baní-los de escolas, onde pobres criancinhas não tem como se defender das inqüidades do passado?
Bem, aparentemente, o Conselho Nacional de Educação acha que sim.
Eu não sei que tipo de téorico se faz passar dentro do CNE, mas, sinceramente, isso é de um retardamento atroz. Ao invés de aproveitar a chance de demonstrar como uma forma de pensamento muda através dos tempos, e instaurar um saudável debate na sala de aula, com guisa de - sabem, qual é mesmo a palavra... EDUCAÇÃO! -, preferem simples e simploriamente censurar As Caçadas de Pedrinho. Caçadas. De. Pedrinho.
Qual o próximo passo? Censurar Aristóteles, que era pró-escravatura? Trechos da Bíblia, que eram contra este ou aquele povo, ou prática religiosa? Heh. Embates futuros: Diversidade Religiosa x Tolerância Étnica, quem diria...
Eu acho que há coisas mais saudáveis a censurar, em termos de conteúdo pernicioso às nossas pobres e influenciáveis infantes mentes. Criacionice, por exemplo. Ou seu primo da cidade grande, o Design Inteligente. Acho que ambos deveriam ser prontamente censurados, ou ao menos os cursos, escola ou faculdade, que os apresentarem, terem a permissão do MEC ou o que o valha suspensas, até que o simancol brote ou a fé se afirme melhor do que isso.
Rindo amargamente aqui, não sei como ainda não meteram um viés ecológico contra o livro...
sábado, 30 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Li numa tacada suas cerca de 300 páginas agora à tarde. Divertido e direto ao ponto, o livro escrito pelo jornalista Leandro Narloch se utiliza de vasta bibliografia para dessacralizar certos tantos mitos nacionais, históricos e culturais. O capítulo sobre o Samba me pareceu primoroso. O sobre negros e índios, também.
Ao final da introdução, o aviso:
Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles curiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos.Tem razão. O capítulo sobre Dumont me pegou direitinho.
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil. Editora Leya, 320 pp.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Bebericando...
... na Adega da Alma, blog de poesias do meu estimadíssimo Dom Gárgula, já na coluna ao lado.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Tiririca
E não é que ele se tornou o deputado mais votado por São Paulo? Entre a simpatia de seus fãs e quem quer avacalhar as eleições, nada mais natural - fora a polêmica em cima da candidatura de alguém que declaradamente "não sabe o que um deputado faz", cujo maior cabo eleitoral tenha sido Aloizio Mercadante.
Um promotor paulista quer que ele prove que pode ler e escrever, porque, afinal,
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Ou seja, ainda há que submetê-lo a um constrangimento desses - não sei se ele entende isso. Mesmo se não entender.
Se houvesse menos pudores em se ferir certas sensibilidades, não se precisaria por o conhecimento de ninguém em cheque. Se houvesse mais critérios em se permitir candidatos, não terminaríamos com tantos candidatos sem critério.
Enfim...
Um promotor paulista quer que ele prove que pode ler e escrever, porque, afinal,
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
Ou seja, ainda há que submetê-lo a um constrangimento desses - não sei se ele entende isso. Mesmo se não entender.
Se houvesse menos pudores em se ferir certas sensibilidades, não se precisaria por o conhecimento de ninguém em cheque. Se houvesse mais critérios em se permitir candidatos, não terminaríamos com tantos candidatos sem critério.
Enfim...
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