segunda-feira, 28 de julho de 2008

Em Terapia

Em uma época de vitrines cada vez mais brilhantes e pouco, mas pouco mesmo, conteúdo, é renovador conhecer uma série de televisão que aposta em roteiro, personagem e diálogo, antes de mais nada.

Baseado na telessérie israelense BeTipul, Em Terapia acompanha a semana de um psicanalista através de seus pacientes e de sua própria sessão, com uma estrutura semelhante à das novelas, indo de segunda à sexta-feira com paciente diferente, mas que é sempre o mesmo daquele dia, enquanto dura a temporada. Por exemplo, em todas as terças-feiras, é sobre o acompanhamento de Alex, um piloto militar sofrendo de estresse pós-traumático de guerra. Às sextas é que é o dia da análise do protagonista - o sempre excelente Gabriel Byrne, que dá ao seu personagem, o Dr. Paul a credibilidade e o peso necessário para o papel.

O elenco de apoio é bem competente: Dianne Wiest atura em seu divã o protagonista, que não sabe desligar o modo analista nem por um segundo, e os pacientes semanais, ainda que por atores não exatamente reputados (sempre com aquela sensação de "eu-já-vi-essa-cara-em-algum-lugar"), eles defendem muito bem seus personagens. Acredito que direção aqui tenha sido fundamental. Seria muito fácil, por exemplo, deixar Melissa George (que passei a chamar Melissa Gorgeous) apenas ser a gostosinha do programa e rolar solto.

A cada semana, por 45-50 minutos, temos o desenrolar natural de cada tratamento, com suas perdas e ganhos, baixas e altas, quase totalmente encerrado na confortável sala de atendimento do Dr. Paul e centrado em longos diálogos, plano e contra-plano todo tempo -- e de repente acabou o episódio.

Dá até pra estranhar, 'ué, já?' Sim. E você fica esperando para ver como vai ficar semana que vem, ou esperando o episódio do dia seguinte.

A série passou com vários horários diferentes para cada episódio em mais de um dos canais HBO (sim, é uma série da HBO...) aqui no Brasil (mas sem estragar a ordem), promovendo mesmo o show, mas quando terminou, reprisaram apenas na semana seguinte os últimos episódios, e no more. Sensação de abandono legal.

Segundo esta matéria, de acordo com o produtor executivo e diretor Rodrigo García (filho de García Márquez), a segunda temporada da série - cotada pra três Emmys este ano -- começa a ser rodada em Novembro próximo.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Deathsigner!

Ok, não é privilégio da categoria. Mas qualquer um que tenha já que ter lidado com cliantas (tm by D. Elvira) sabe o que é isso.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Pois é...

Amigo meu ligou agora à noite. De férias.

Trabalha numa ONG que lida com inclusão digital junto a uma favela da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Contou que a ordem é deixar passar. Aprovar de qualquer jeito.

Sendo contrário a isto, ainda se espantou da maneira em que as coisas lhe foram colocadas: disseram que ele tinha que 'se alinhar' de acordo como lá dentro pensavam.

Perversão stalinista, segundo ele, que entende dessas coisas melhor do que eu.

Tempinho atrás, uma economista que conheço se viu a perigo no emprego, em uma importante instituição de Economia, após a diretoria - todos do PT - adotar certas atitudes eticamente questionáveis, e ela ter ido contra.

Ei, não se choquem -- é tudo pela causa, afinal...! Tudo pelo bem maior...!

Algum dia eu escrevo porque eu acho que o socialismo - e qualquer um de seus sabores - é a religião sem deus.

Open Library...

... das coisas que surgem para - me, ao menos - lembrar porque a Internet é um troço docaray: Open Library, um acervo de livros on-line - não, não é pirataria, bando de toscos! - com inúmeros livros históricos. Surrupiado lá da Carol, claro.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Batman - O Cavaleiro das Trevas

Spoilers abaixo.

Assisti. Gostei, enquanto filme de Super-Heróis, dou nota 9.

Ok, Heath Lodger é o Coringa, e sempre será. Ele realmente leva o filme, e Aaron Eckhart também manda muito como o Duas-Caras.

Gostei de ver uma Gotham City menos quadrinística e mais realista. A fotografia não puxava para certos exageros coloridos, a idéia toda era uma trama mais densa, psicologicamente, até. É o Batman dos quadrinhos como A Piada Mortal ou O Cavaleiro das Trevas, que foram sumariamente ignorados na época pelo senhor Tim "eu nunca li quadrinhos do Batman" Burton, resultando em filmes merdianos. Sabem, ler quadrinhos aqui é fazer o dever de casa. E dado o grande número de citações, sutis, na maioria delas visuais, o dever foi muito bem feito.

Elenco que tem Gary Oldman, Morgan Freeman e Michael Caine não pode dar muito errado, convenhamos. Infelizmente, talvez haja um excesso de personagens na trama, o que às vezes me passou a idéia de algo meio burocrático (não tão ruim como Indy IV, decerto). Deu também a impressão que algumas montagens me pareceram excessivamente confusas. Pelo menos a cena da invasão da cobertura do Bruce meio que foi corrida, e de repente acabou, digamos. No mais, o dilema final lembra muito os de Homem-Aranha 1 e 2. Claro que o aracnídeo deu mais sorte e pôde salvar Mary Jane E um ônibus cheio de gente; e o ranzinza povo de NY topou encarar Otto Octavius para defendê-lo.

E é bom ver o diretor se corrigindo do primeiro filme, onde Batman deixa pra morrer Ras al'Ghul. Nyet.

Havia crianças pequenas na sala. Não sei se é boa idéia, tem umas coisas ali que talvez possam impressionar.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Arqueologia virtual

Tempo atrás um geólogo descobriu uma cratera usando o Google Earth. Imaginei que benefícios isto poderia trazer para a arqueologia; e que se o Google de repente topasse, podia-se fazer uma espécie de Dia Mundial da Arqueologia Google Earth ou algo neste sentido. Bem, o arqueólogo David Thomas também pensou nestes benefícios, e já colheu frutos.

domingo, 20 de julho de 2008

Anima Mundi - Diário do Estúdio Aberto - 21/07/08

C'est fini. Agora só em Sampa, de 23 a 26 de Julho.

Apesar das 95 animações atendidas, a sensação de que teve pouca gente. Em nenhum momento a fila encheu de ponta a ponta e além, coisa que até rolou durante a semana. Mas talvez o dia que mais famílias - não só o filho, mas mãe e pai também - participaram com suas animações, talvez mais que nos outros anos, até. É uma sensação muito legal! Curioso ver a turma que surgia na última das horas, "puxa, mas hoje é o último dia?" Todo ano é assim. Acontece.

Na sessão premiada, o que já havia destacado, Le Petit Maison en Cubicles. O ganhador de curta foi o que já se esperava, O Dossiê Rê Bordosa, que não tinha visto. Todo em stop-motion, com rotoscopia a partir de filmagem com os entrevistados, muuuito maneiro! Não me vejo fazendo stop-motion jamais, mas admiro muito esta técnica. Qualquer iniciativa que surja eu tenho o maior prazer em assistir.

Pulou o último salto, mexeu a última pose, deitou o último lápis, clicou a última foto, rabiscou o último quadro. A Anima Mundi continua em São Paulo, mas para o Rio, somente em 09, agora. O que significa para mim também, uma vez que infelizmente não seguirei com o festival. Pena, pena. Aquele cansaço com alegria. Meu Natal em Julho acabou. São Paulo, divirta-se!

Anima Mundi - Diário do Estúdio Aberto 08 (18 e 19 de Julho)

Após uma sexta sem maiores incidentes, sábado foi meio sui generis, com uma fila se materializando quase do nada pelas 14:30. A praia deve ter segurado o pessoal, imaginamos. O destaque de sexta, pra mim, foi o Papo Animado com James McCoy, do departamento de animação da Blizzard. Animal! Quando chegamos às perguntas e respostas, fui o primeiro, e pude perguntar que, dado o know-how que eles já têm em ilustração, animação e, como qualquer um jogador de seus video-games bem sabe, roteiro; se havia planos para algum longa-metragem ou série de tv por parte da empresa. Ele sorriu e respondeu, começando com This is the best question of the world. Mas que, dado os tantos compromissos com seus próprios jogos, a Blizzard não tinha condições de, no momento, dedicar-se a isto. Mas que vontade não faltava.

Legal ver como outra gigante no mercado de animação, por mais 'paralelo' que seja, ainda preza a importância em se saber desenhar e pintar à mão, antes de se ir para o computador. Muito legal, mesmo!

Jean Ann Wright é uma roteirista profissional de animação no Rio a convite do evento para dar uma workshop do assunto, da qual infelizmente perdi o prazo de inscrição. Tem um livro muito bom sobre o assunto, Animation Writing Development, do qual possuo um exemplar.

Não me furtei em pedir um autógrafo dela, hoje, na já tradicional festa dos animadores. Simpaticíssima. Pelo visto nem deu trela pra gafe do outro dia.

Além disto, ainda na festa uma demonstração de Pika Pika, animação com canetas de luz em pleno ar. O vídeo do link não faz jus a todo o processo, dá realmente, se tivermos controle na mão, ou algum parâmetro para nos guiar, fazer desenhos no ar sequenciais, e depois com as fotos rodar de uma vez e termos uma animação.

Pensei, que glorioso isto ficaria com holofotes no deserto à noite, fotografado por satélite.

Amanhã, the last goodbye...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Anima Mundi 08 - Diário do Estúdio Aberto (16 e 17 de Julho)

Ontem, quarta-feira, logo de cara, apareceu o casalzinho do dia anterior, aquele que fechou o estande com ela em dúvidas sobre a nossa confiabilidade em respeito da idéia dos outros. Ele, amarradão para participar, ela, em sérias dúvidas sobre se e como fazer. Menina, você precisa relaxar!

Apareceu um guri de doze anos, reincidente, que irá tomar o emprego de todos nós. É conferir no link.

Mais tarde peguei duas sessões com coisas muito boas, primeiro a Curtas 13, na qual destaco positivamente Monsieur Cok e De Zwemies.

Mas foi a seguinte que tinham coisa realmente ótimas, a Curtas 4, na qual destaco La Maison en Petit Cubes, que apesar do nome é japonês, e que me lembrou um pouco do holandês Father and Daughter, também do AM de temporadas passadas. Ainda desta sessão, Bolides, Key Lime Pie e Voodoo. O exagero da ação marca estas três produções, engraçadíssimas, e o traço muito bom nas duas últimas, especialmente KLP.

Hoje foi um dia também tranquilo, sem maiores variações, já com a dose de amigos e reincidentes que se espera. Notei que houve mais pais e mães animando do que nos outros dias, isso é bom. Fui entrevistado por uma emissora que tem um passarinho desenhado no microfone, nem sei qual.

As sessões que fui ver depois já havia visto, nem fiquei para o final.

Amanhã o lance será o Papo Animado, com o pessoal da... Blizzard.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

I GNU Graf

Já estão abertas as inscrições do primeiro evento de computação gráfica com software livre do estado do Rio de Janeiro, o GNU Graf.

Com o objetivo de difundir o uso das ferramentas gráficas de software livre para profissionais e estudantes da área de propaganda, designer, vídeo, animação, som e áreas afins, irão acontecer 8 palestras, com duração de 1 hora cada, durante todo o dia do evento.

Serão abordada palestras de:

Inkscape - Desenho Vetorial
Gimp - Edição de Imagens
Cinelerra - Edição de Vídeo não Linear
Lives - Edição de VJ
Ardour - Edição de Audio Multipista
Jack - Integração de Softwares de Audio
MUAN - Sistema de Animação Desenvolvido Pelos Profissionais da IBM e Anima Mundi
Blender - Animação 3D Edição de Vídeo e Game Engine Numa Só Plataforma

O evento ocorrerá na Universidade Estácio de Sá - Campus Pres. Vargas

Av. Presidente Vargas, 642 - Centro - Auditório do 9º Andar

Para inscrição e maiores detalhes acesse o site http://gnugraf.org/ENTRADA FRANCA!

***

E pensar que quem tá organizando isto aos 15 anos apareceu lá no estande, de punk, e fez uma "animação podre" de um rato no lixo... quem te viu, quem te vê...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Anima Mundi 08 - Diário do Estúdio Aberto (14 de Julho)

Mais um dia, mais um dia. 94 animações atendidas, or so.

Fechando a casa, pintou um casalzinho. Ela, Letras, sem saber o que fazer direito, acabou por fazer algo rápido, até porque já íamos fechar, resolveu fazer algo com poesia concretista. Ao apresentar para filmar, e ser apresentada ao termo de concessão de direito de imagem, deu pra trás. Desconfiou. Queria ter certeza que sua obra fosse sua, e apenas sua.

Obviamente que eu não podia deixar passar em branco.

"Em todos esses anos nesta indústria vital" - comecei o célebre texto de um dos episódios imortais do Pica-Pau - "esta é a primeira vez que isto me acontece" - completou o namorado, desencanadão.

Ela, irredutível. Começamos a conversar sobre isso, e acabamos falando sobre o MUAn, Linux, software livre -- nada, não acreditava em nada. Achava que começava na boa vontade, terminava no lucro e ambição de alguns. Ok. Historicamente, ela está até certa. O início da era dos micro-computadores, seus desenvolvedores e a M$ podem ser resumidos assim. Mas não quis nem que se filmasse para ver o resultado, sem salvar. Pobre Alan, ela não acreditou nele. Rimos muito, claro, e este episódio será um que lembraremos nos anos a seguir.

E o namorado desencanadão entregou numa boa. "Você assinar a autorização?!" Bem, sim...

Na sessão das 19h da Praça Animada, o curta Despejo, que meus prezadíssimos Gustavo Almeida e Leonardo Siqueira participaram. Gostei muito do que vi, embora achasse que terminou meio que de repente. No geral, bastante satisfatória.

Ainda a destacar de hoje, uma gafe: ao se aproximar da oficina, a tradutora que conheço de milênios de Anima Mundi, acompanhada de visitantes estrangeiros que era óbvio que eram da área, perguntou-me se eu poderia explicar com era o nosso processo. Apesar dos óbvios e dos ululantes, abri com um sonoro: "First of all, are you used to animation?".

Desce o pano, rápido.

Anima Mundi 2008 - Diário do Estúdio Aberto (11 a 13 de Julho)

Mais um ano, e já temos mais uma Anima Mundi. Como de costume, estou no estande 2D do Estúdio Aberto, explicando para várias pessoas como se faz o básico da animação no papel. Revejo o companheiro já de década, pelo menos, Alan, excelente pintor e artista plástico, também em nossa pequena luta. Além dele, Léo, de pelo menos já um ano e Camila, novata nisto tudo.

Três dias se passaram já, e tudo corre dentro do que conhecemos. Crianças e mais crianças curiosas para aprender, algumas afoitas, outras tímidas, outras sem a menor paciência mas que os pais estão doidos para que faça, e tratamos logo de esclarecer que a idade é mínima, e não máxima. Alguns pais e mães nessa hora sorriem, e acabam curtindo mais do que os filhos.

(E falando em idade mínima, é curioso a incidência de leoninos em nosso estande!)

Neste domingo, um senhor apareceu, uma figura rara, aro dos óculos feito de durex, ou que já recebeu tanto conserto que parece ser feito de durex, e quis saber como é. Expliquei. Ele queria fazer algo que, no frigir dos ovos, seria um show de slides, com figuras - ou ainda, no caso, frases - desconexas, sem um senso de desenvolvimento necessário na animação. Tentei uma solução de compromisso: ele escrevia suas frases, porém desenhava algo que fosse se deslocando a cada folha. Expliquei, ele entendeu, e fui verificar outros clientes, etc. Só o encontrei depois, querendo saber como digitalizar. Já havia dito que não tinha computador ou e-mail, e que apenas gostaria que sua animação fosse digitalizada. Eu o encaminhei à fila, mas ele acabou se desentendendo com a própria, disse que haviam passado à frente dele (o que foi contestado), entregou para mim os desenhos e tomou seu caminho.

Meio que para surpresa nossa, as tais frases eram como se fossem slogans pró-FARCs, e de animação, nada muito discernível. Bem, no estande somos apolíticos, claro. Mas nessas horas noto que, apesar de estarmos lá para tirar as dúvidas, parece que as pessoas não sabem expressá-las (por mais que perguntemos) ou mesmo que têm dúvidas.

Alguns 'reincidentes' foram vistos: fregueses nossos já fiéis, que começaram a aparecer no estande de maozinha dada com a mãe e agora estão de maozinha dada com a namorada. Alguns até já seguindo carreira na área.

Consegui ver algumas sessões. Duas delas de longa-metragens, 'Princesa' e 'Delgo'. Este último, uma animação 3D convencional, uma história de Fantasia para crianças, dá pra divertir. Já o primeiro (abaixo melhor resenhado) seria melhor definido como a animação que Quentin Tarantino faria, se resolvesse se aventurar no campo. Eu lembrei de Kill Bill direto. Como tal, não apenas tem uma história impactante na violência e exagero, mas graficamente é muito bonito, com uma bela mistura de técnicas.

Pretendi ir, segunda, na sessão no Oi-Casagrande. Mas acabei enrolado e enrolando.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Princess



Spoilers abaixo.

De lá do Anima Mundi nesses primeiros três dias, destaco este longa dinamarquês de 2006, aqui no Brasil como Irmão Padre, Irmã Puta.

O desenho segue técnica mista, primariamente sendo animação tradicional, a traço, com diversos complementos em CG, não exatamente interessados em sumir da vista, o que aqui é bom. Segundo o IMDB, 20% da obra é filmada com pessoas de verdade - e um traços mais interessantes é que nesses 20% os seres humanos, carne e osso, interpretando, estão em fitas de vídeo, assistidos pelos personagens animados.

A história é ao redor de August, ex-padre que retorna à cidade natal para cuidar da sobrinha, filha natural da irmã, morta por overdose, envolvida em prostituição e feita uma porn queen de sucesso. August se remói de culpa por ter se envolvido no início da carreira da irmã, e nada ter feito para impedí-la de seguir nessa vida. Ao levar a sobrinha, vai descobrindo aos poucos as marcas, físicas e emocionais, da criança, que em seus breves cinco anos de idade obteve por estar em contato direto com este meio. August, então, horrorizado por ver a irmã exposta em tantas bancas de jornal, locadoras e quetais, resolve exigir que todo o material pornográfico com a falecida irmã seja retirado -- nem que para isto se chegue às proverbiais últimas consequências.

Se Quentin Tarantino fosse dirigir um longa de animação, o resultado seria isto. Seja pelo apuro estético, seja pelo impacto da violência explícita ou de roteiro, é Kill Bill de ponta a ponta.



Faltaria a Tarantino, entretanto, certos momentos líricos presente na obra, que aspiram a tempos mais felizes: do sonho da gaivota ao personagem Multe, este o momento do conto de fadas no meio de uma história de terror, com abuso infantil, morte e sanguinolência, dando o silencioso tom daquilo que está certo ou errado (e sem encher o saco do público no processo, algo fundamental).

Dirigido por Anders Morgenthaler, dinamarquês já com algumas obras em seu currículo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Criminalização na Internet...

Vindo na onda da fiscalização intensa na Internet sobre questão de pedofilia, um projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB - MG) procura criminalizar a pirataria de episódios de televisão, livros escaneados, etc., mas também o fansub, que é a legendagem gratutita feita por fãs (e consequente distribuição gratuita dos episódios) - porém, perde totalmente a noção ao ir contra o fanfic, que são histórias feitas por fãs (fanfiction) de personagens em geral de quadrinhos, e disponibilizadas na internet gratuitamente.

Lúcida como sempre, Carol resume bem a questão.

Não é impressionante como, na hora de legislar, a maneira mais certa de "mostrar serviço" ao povão é proibir?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Pô, eu queria...

Pra você, que não entendeu quando desenharam, Animator Survival Kit. Em vídeo-aulas.

Caro que nem o quê. Pena.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Polícia Global?

Em uma especulação levantada por um jornalista, no trailer dum programa da Globonews, ele se perguntava se não era hora de entrar no Zimbabwe e remover na marra o ditador que "ganhou" as eleições semana passada do governo.

Que tal voltarmos um mês antes, e nos perguntarmos sobre a junta militar no Mianmar, que condenou sua população costeira à fome e à doença, por recusar e regular tanto a ajuda internacional? Infelizmente essa história já saiu dos noticiários.

Que tal voltarmos uma década antes, e nos perguntarmos sobre a invasão indonésia no vizinho Timor Leste, em uma ocupação brutal, não provocada, que fez com que o país reduzisse a população a cada ano, até dar crescimento anual negativo?

E ai, é claro, qual leão que se chamará para afugentar o lobo, e quem vai querer abrir a primeira exceção? E qual é o parâmetro para a indignação global virar ação? Certamente não é a atual faxina tribal no Sudão, e muito menos a invasão do Tibete...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ingrid Betancourt solta...

... desnecessário dizer, até que enfim. Os filhos estão viajando para encontrá-la neste momento. Que ela possa, enfim, descansar entre os que a amam.

Perguntada sobre, caso pudesse voltar no Tempo sabendo o que passaria, faria política, ela disse que chegou a termos com isso há tempos no cativeiro, e disse que era seu destino conhecer as FARCs por dentro - e que faria tudo de novo.

Mulher corajosa. Passou uma experiência extraordinária, no sentido literal da palavra. A muitos parece óbvio dizer o contrário, viver na segurança, perto dos filhos, dos amados. Mas somente quem passou pelo que ela passou para entender. Não digo que entenda, pessoalmente. Mas respeito, e admiro.

Bem-vinda de volta.